OMS deve mudar nome da “varíola dos macacos” para mpox
Lawrence Gostin, colaborador da entidade internacional, anunciou em seu perfil no Twitter que o novo nome para a infecção está decidido
atualizado
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O colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) Lawrence Gostin afirmou, nesta quarta-feira (23/11), que a entidade internacional está prestes a anunciar o nome mpox como substituto à designação “varíola dos macacos”. Desde maio deste ano, quando os primeiros casos foram registrados na Europa, o nome da doença incomoda a comunidade científica.
WHO to announce MPOX as new terminology. Look past due. The racist stereotypes of monkeypox was not just stigmatizing but also impeded the response & dampened cooperation. Civil society & USG have been pushing for the name change.
— Lawrence Gostin (@LawrenceGostin) November 23, 2022
“Os estereótipos racistas da varíola símia não eram apenas estigmatizantes, mas também impediam a resposta e diminuíam a cooperação”, afirmou Lawrence Gostin na publicação. Ele é editor do The Journal of the American Medical Association (JAMA), uma das publicações científicas mais importantes do mundo, e professor da Universidade Georgetown.
Vírus monkeypox
Em agosto, um grupo de especialistas foi convocado pela OMS para escolher um novo nome para a doença causada pelo vírus monkeypox. À época, a entidade destacou que a mudança era necessária para evitar ofensas a qualquer grupo cultural, social, nacional, regional e profissional.
A “varíola dos macacos” surgiu na África. Como o nome fazia referência a símios e a disseminação da atual epidemia estava associada prioritariamente ao grupo de homens que fazem sexo com homens, havia apreensão em relação a vários aspectos discriminatórios.
Na ocasião, a OMS também lembrou a necessidade de minimizar possíveis impactos negativos no comércio, viagens, turismo ou bem-estar animal. A mudança da nomenclatura ainda não foi anunciada formalmente.
Emergência mundial de saúde
Apesar do número de novos casos estar em queda no momento, em reunião realizada no início deste mês (1º/11), a OMS decidiu manter o status de emergência de saúde pública de preocupação internacional para a doença.
O grupo de consultores da entidade afirmou que a situação ainda se encaixava nos critérios de emergência: há transmissão ocorrendo, existe desigualdade na resposta e prevenção de populações vulneráveis e possibilidade de estigma e discriminação.