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OMS: casos de Covid-19 crescem no mundo pela primeira vez em 7 semanas

Apenas duas áreas não tiveram aumento no número de novos diagnósticos da doença. “É uma decepção, mas não surpreende”, diz diretor-geral

atualizado

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Tedros Adhanom Ghebreyesus
1 de 1 Tedros Adhanom Ghebreyesus - Foto: Picture Alliance/Getty Images

Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (1º/3), o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que, pela primeira vez em sete semanas, os novos casos de coronavírus subiram no mundo. Segundo ele, quatro das sete regiões da OMS identificaram o aumento: apenas África e Pacífico Oeste não tiveram mudança.

“É algo desapontador, mas não surpreendente. Estamos trabalhando para entender melhor essa alta na transmissão, mas parece ter relação com as pessoas não estarem seguindo as recomendações e baixarem a guarda, além das novas variantes. As vacinas vão ajudar a salvar vidas, mas depender delas é um erro. É uma crise global, que precisa de uma resposta consistente”, pontuou Ghebreyesus.

O diretor de emergências da entidade, Michael Ryan, ressaltou que “não é realista” afirmar que o vírus estará controlado até o fim do ano. Porém, ele explica que é possível diminuir a hospitalização de pacientes, as mortes e a tragédia associada. “Precisamos controlar o vírus. Agora, é ele que nos controla”, destaca.

A infectologista-chefe da OMS, Maria Van Kerkhove, esclarece que não é possível prever quando a pandemia vai acabar mas, se a última semana diz algo, é que o vírus vai voltar a se multiplicar, se houver espaço. “Já estivemos na posição de suprimi-lo, e não podemos relaxar no momento em que as vacinas estão começando a ser aplicadas“, alerta.

Acesso às vacinas

Os diretores da OMS voltaram a pedir que os países se unam para garantir que o acesso às vacinas seja igualitário em todo o mundo. Segundo Ghebreyesus, é triste ver que alguns países estão imunizando jovens e pessoas fora do grupo de risco, enquanto outros nem começaram a vacinação. “Esta não é uma corrida de um país contra o outro, é contra o coronavírus”, diz.

A OMS lembra que garantir a vacinação de toda a população de uma nação, enquanto outras ainda não são imunizadas, não vai a acabar com a pandemia.

Mariângela Simão, diretora assistente de acesso a medicamentos e vacinas da entidade, explica que deixar que o vírus siga criando mutações e variantes, ainda que fora do território nacional, é um perigo para todos os países. “Nem sempre as vacinas são eficazes contra as novas cepas, e não é possível fechar as fronteiras para sempre. Vai além da solidariedade, é do interesse de todo o mundo”, enfatiza.

A recomendação da OMS é que idosos e profissionais de saúde sejam vacinados em primeiro lugar e, só quando todas as nações conseguirem passar desta etapa, os indivíduos mais jovens sejam imunizados.

Veja, na galeria, como cada tipo de vacina funciona:

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