OMS: Brasil vive situação crítica com variante mais transmissível
Para agência internacional, produção local de vacinas e medidas para barrar a transmissão do vírus são cruciais para manter sistema de saúde
atualizado
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Em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (1°/4), a chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria van Kerkhove, demonstrou preocupação com relação à variante P.1 do coronavírus, que está se disseminando pelo Brasil. Segundo ela, o país vive uma situação crítica, o que pode acabar sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde nacional.
De acordo com Kerkhove, os desafios são muitos em termos de aumento da transmissibilidade com a variante P.1. “Se você aumenta a transmissão, ou os vírus são mais transmissíveis, você terá mais casos que podem sobrecarregar todo o sistema, que já está saturado”, frisou a epidemiologista.
A variante brasileira do coronavírus identificada no Amazonas pode provocar uma carga viral – quantidade de vírus no corpo – 10 vezes maior quando comparada a outras versões do vírus, segundo estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em janeiro, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) confirmou o primeiro caso de reinfecção pela cepa no estado.
“Nós fomos informados de que essa variante P.1 é dominante em pelo menos 13 estados até o momento, e nós vimos que houve um aumento de hospitalizações e internações na UTI em todos os grupos etários, inclusive nos mais novos”, afirmou Maria van Kerkhove.
Além do alerta sobre a mutação brasileira, Kerkhove reforçou a importância das medidas de contenção do vírus, como distanciamento social, higienização constante das mãos e vacinação.
Em relação às vacinas, Mariângela Simão, diretora adjunta para acesso a medicamentos da OMS, afirmou que a produção local, feita pelo Instituto Butantan (SP) e pela Fiocruz (RJ), é indispensável para conter o coronavírus e suas mutações. “Apesar de o Brasil estar recebendo vacinas por meio da Covax Facility, o país pode criar suas próprias vacinas, produzidas pelo Butantan e Fiocruz, e isso é essencial considerando a pressão que foi colocada sobre o fornecimento de vacinas”, justificou.
Veja como o coronavírus ataca o corpo: