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OMS: Brasil precisa adotar medidas mais enérgicas contra a Covid-19

Diretores da entidade afirmam que governo deve ser claro em relação à situação da pandemia

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Tedros Adhanom Ghebreyesus
1 de 1 Tedros Adhanom Ghebreyesus - Foto: Picture Alliance/Getty Images

Em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (12/3), a Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou a lamentar a situação do Brasil, que registra recordes de mortes e casos de Covid-19, e pediu medidas enérgicas ao governo brasileiro para diminuir a transmissão e desafogar o sistema de saúde.

“Já estive no Brasil várias vezes, e o sistema de saúde sempre foi considerado um modelo. É forte, com foco em saúde da família, todos conhecemos e sempre admirei como as áreas são mapeadas e as equipes sabem a situação de saúde de cada lar. Esperei que o sistema de saúde brasileiro fosse performar melhor. É estranho ver que acontece o contrário das nossas expectativas. A situação é muito preocupante, e é preciso implementar medidas muito sérias”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da entidade.

Segundo ele, a situação do país pode afetar inclusive as nações vizinhas, ainda que elas estejam se recuperando da pandemia. Para diminuir a pressão sobre o sistema de saúde, o diretor-geral reforça que o governo deve mandar mensagens claras à população sobre a situação atual e continuar lembrando da importância das medidas para evitar a transmissão do coronavírus.

Michael Ryan, diretor de emergências da OMS, apontou que o cenário da Covid-19 no Brasil piorou e que o sistema de saúde está sobre “extrema ameaça”. Ele diz que não há mais resiliência e capacidade sobrando para lidar com essa nova onda, e que vem se observando um aumento da mortalidade.

O Brasil é uma nação importante e uma âncora entre os países do mundo. O que acontece lá, importa. Queremos ver o Brasil indo em outra direção, mas será preciso um esforço. A situação precisa ser levada muito à sério”, afirma.

A imunologista responsável pela resposta da entidade à pandemia, Maria Van Kerkhove, lembra que a variante brasileira é uma das responsáveis pela alta nos casos, mas a transmissão pode ser resolvida com distanciamento social, higiene de mãos e uso de máscara.

“As variantes podem ser controladas, vimos isso em vários países que essas medidas diminuem a transmissão. A P.1 é mais transmissível, e esperamos que o vírus continua evoluindo e mutando. Já temos um sistema de monitoramento funcionando para rastrear essas novas variantes”, diz.

Veja, na galeria, variantes do coronavírus que já foram identificadas pelos cientistas:

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