OMS aprova uso emergencial da vacina Coronavac contra a Covid-19
Este é o sexto imunizante contra a Covid-19 a ter o uso emergencial aprovado pela Organização Mundial da Saúde
atualizado
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou, nesta terça-feira (1º/6), o uso emergencial da vacina Coronavac contra o novo coronavírus. O imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac, fabricado no Brasil pelo Instituto Butantan, é o sexto a ser aprovado pela entidade.
“O mundo precisa desesperadamente de várias vacinas contra Covid-19 para lidar com a enorme desigualdade de acesso em todo o mundo”, disse Mariângela Simão, subdiretora-geral da OMS para Acesso a Produtos de Saúde, em um comunicado.
Segundo especialistas em saúde, a decisão deve facilitar a aprovação da vacina por agências internacionais, favorecendo a entrada de brasileiros imunizados com a Coronavac na Europa, quando as fronteiras forem reabertas.
A Lista de Uso de Emergência (EUL, na sigla em inglês) da OMS é um pré-requisito para o fornecimento de vacinas ao Covax Facility, consórcio que distribui imunizantes para países de baixa e média renda.
A OMS ressaltou que a vacina “atende aos padrões internacionais de segurança, eficácia e de fabricação”. A entidade destacou que a fórmula tem requisitos de armazenamento fáceis, o que a torna “muito gerenciável e particularmente adequada para cenários de poucos recursos”.
A permissão de uso emergencial concedida pela OMS estabelece a aplicação das duas doses do imunizante, em adultos de 18 anos ou mais, com um intervalo de duas a quatro semanas, como vem sendo feito no Brasil.
Vacinação de idosos
Ao analisar os resultados dos estudos clínicos de fases 1, 2 e 3, feitos pela Sinovac, e observando os dados coletados em vários países após o início da imunização em massa, a OMS concluiu que “não há razão para acreditar que a vacina tenha um perfil de segurança diferente em populações mais velhas e mais jovens”.
A organização reconhece que poucos adultos mais velhos – com mais de 60 anos – foram incluídos nos ensaios clínicos e que, portanto, a eficácia não pode ser estimada neste grupo etário. A entidade, no entanto, não recomendou um limite máximo de idade para a imunização, porque os dados coletados durante o uso subsequente em vários países e os estudos de imunogenicidade sugerem que a vacina também protege os idosos.
Aprovação no Brasil
Em janeiro deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial da Coronavac e da AstraZeneca, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O Butantan tem uma escala de produção que envolve 373 pessoas em um processo que garante o envase de 1 milhão de doses por dia. O trabalho é rápido e minucioso, e foi acompanhado pelo Metrópoles recentemente. Leva menos de um minuto para engarrafar cada unidade. A partir daí, vem uma etapa um pouco mais elaborada – o controle de qualidade, que demora aproximadamente 14 dias para ser concluído.