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OMS aponta lista de desafios urgentes para a saúde até 2030

Entidade internacional enumera problemas, como as mudanças climáticas, que podem causar mortes no futuro se não controladas nesta década

atualizado

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cidade do futuro
1 de 1 cidade do futuro - Foto: DrAfter123/GettyImages

Com a missão de pautar os países sobre assuntos relacionados à saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma lista dos desafios mais urgentes do setor para a próxima década.

“Essa lista, desenvolvida com opiniões dos nossos especialistas ao redor do mundo, reflete uma profunda preocupação: os nossos líderes estão falhando em investir recursos suficientes em prioridades da saúde. Isso põe vidas e economias em risco”, diz o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A ideia do levantamento é guiar os investimentos em saúde para evitar um cenário pior no futuro. O documento lembra que os países estão focados em se proteger de ameaças externas e internas, como o terrorismo, mas esquecem que algo pequeno como um vírus pode ser mais mortal do que qualquer disputa física. A OMS também enumera as providências que pretende tomar para mudar o cenário.

Todos os desafios da lista falam de saúde, mas é preciso um esforço conjunto da sociedade para saná-los: segundo a OMS, os próximos 10 anos serão a “década da ação”. “Não podemos arcar com o custo de não fazer nada. Governo, comunidade e agências internacionais precisam trabalhar juntas para alcançar as respostas”, escreve o diretor-geral, no documento preparado para anunciar o assunto.

Veja, na galeria, quais são os 13 desafios:

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<b>Investir nas pessoas que defendem a nossa saúde -</b> A OMS decretou que 2020 é o ano dos enfermeiros e parteiras, para encorajar o investimento em educação e geração de emprego para essas áreas
<b>Levar atendimento às áreas de conflito e crise -</b> Em 2019, a maioria das epidemias ou grandes problemas com saúde aconteceram em países onde há conflitos: longe de casa, em abrigos para refugiados, é complicado cuidar da saúde da população
<b>Manter os adolescentes a salvo -</b> Mais de um milhão de jovens de 10 a 19 anos morrem todos anos no mundo. As principais causas de óbito nesse grupo são acidentes de carro, HIV, suicídio, infecções respiratórias e violência. Também preocupam o abuso de álcool e tabaco, uso de drogas e o sexo sem proteção
<b>Ganhar confiança do público -</b> O avanço das fake news é um dos mais claros sinais de que a população não acredita mais nas fontes de informação tradicionais. A solução proposta pela entidade é apostar em um cuidado primário efetivo nas próprias comunidades, feito por pessoas que o paciente conheça
<b>Expandir o acesso a remédios -</b> Segundo a OMS, um terço das pessoas do mundo sofrem sem acesso a medicamentos, vacinas, atendimento médico e outros equipamentos de saúde básicos. Remédios ainda são muito caros e representam uma parcela pesada do orçamento de países com pouca renda
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Colocar a saúde no debate das mudanças climáticas - "A crise do clima é uma crise de saúde", diz a OMS. A entidade alerta que cerca de 7 milhões de pessoas morrem diariamente por consequência da poluição do ar, e a mudança no clima do planeta também é responsável pelo aumento de outras doenças, como a malária

Ria Puskas/Unsplash
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Investir nas pessoas que defendem a nossa saúde - A OMS decretou que 2020 é o ano dos enfermeiros e parteiras, para encorajar o investimento em educação e geração de emprego para essas áreas

Artur Tumasjan/Unsplash
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Levar atendimento às áreas de conflito e crise - Em 2019, a maioria das epidemias ou grandes problemas com saúde aconteceram em países onde há conflitos: longe de casa, em abrigos para refugiados, é complicado cuidar da saúde da população

Hasan Almasi/Unsplash
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Manter os adolescentes a salvo - Mais de um milhão de jovens de 10 a 19 anos morrem todos anos no mundo. As principais causas de óbito nesse grupo são acidentes de carro, HIV, suicídio, infecções respiratórias e violência. Também preocupam o abuso de álcool e tabaco, uso de drogas e o sexo sem proteção

Rahmani Kresna/Unsplash
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Ganhar confiança do público - O avanço das fake news é um dos mais claros sinais de que a população não acredita mais nas fontes de informação tradicionais. A solução proposta pela entidade é apostar em um cuidado primário efetivo nas próprias comunidades, feito por pessoas que o paciente conheça

Elijah O'Donnell/Unsplash
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Expandir o acesso a remédios - Segundo a OMS, um terço das pessoas do mundo sofrem sem acesso a medicamentos, vacinas, atendimento médico e outros equipamentos de saúde básicos. Remédios ainda são muito caros e representam uma parcela pesada do orçamento de países com pouca renda

Joshua Coleman/Unsplash
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Manter a água limpa - O acesso à água limpa é um dos problemas que pioram o atendimento: segundo a OMS, um em cada quatro centros de saúde não possui água tratada

Ngozi Assata/Unsplash
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Tornar a saúde algo justo - Há discrepâncias enormes entre o atendimento de saúde oferecido nos países mais ricos e nos mais pobres, assim como entre pessoas da mesma cidade. A sugestão da OMS é melhorar o atendimento infantil e materno para evitar alguns problemas futuros e garantir abastecimento de água e saneamento básico a todos

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Lidar com as novas tecnologias - Apesar de resolverem muitos problemas de saúde e serem essenciais para a criação de terapias, as novas tecnologias ainda precisam ser entendidas para estabelecer limites de monitoramento e entender as implicações éticas e sociais do seu uso

Ilya Pavlov/Unsplash
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Proteger as pessoas de produtos perigosos - A entidade cita alimentos ultraprocessados como grandes vilões da saúde mundial, assim como cigarros eletrônicos. A sugestão é desenvolver políticas públicas baseadas em evidências e promover reforma nos sistemas alimentares

Ethan Parsa/Pixabay
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nechaev-kon, Istock
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Proteger os medicamentos que nos protegem - O aumento de bactérias resistentes a antibióticos pode levar à saúde pública de volta à Idade Média. O uso indiscriminado do medicamento, altos preços, falta de saneamento básico, higiene, prevenção e controle de infecções são alguns pontos a serem melhorados

Hal Gatewood/Unsplash
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Parar doenças infecciosas - HIV, tuberculose, hepatite viral, malária, ISTs e doenças tropicais negligenciadas devem matar 4 milhões de pessoas em 2020, a maioria, pobres. Ao mesmo tempo, doenças preveníveis com vacina, como o sarampo, estão voltando

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O porta-voz da OMS, Tarik Jašarević, explica, ao Metrópoles, que a entidade é uma plataforma global feita exatamente para intermediar algumas das discussões mais complicadas, como a do preço dos medicamentos. Segundo ele, essa não é uma questão importante só para países em desenvolvimento e todo o mundo precisa se engajar para encontrar uma resposta.

“Esse problema está se tornando rapidamente um dos maiores desafios para os sistemas de saúde no mundo inteiro. É hora de envolver a comunidade global para discutir e achar soluções realistas e melhorar a capacidade de compra. A maior barreira de acesso a novos e mais eficientes medicamentos é o preço, mesmo quando há evidência de que a fabricação não custa tanto assim”, afirma.

O porta-voz alerta ainda que países em desenvolvimento, como o Brasil, serão os mais afetados com as mudanças climáticas no futuro. A estimativa é que, em 2030, os custos de saúde subam para 2 a 4 bilhões de dólares por ano e, entre 2030 e 2050, 250 mil pessoas morram por ano em consequência do aquecimento global, seja por desnutrição, diarreia, malária ou problemas relacionados ao calor.

“Áreas com infraestrutura de saúde fraca serão menos capazes de sobreviver sem assistência”, diz. Por isso, a redução de emissão de carbono desde já é tão importante, e a missão da OMS neste ano é desenvolver padrões de políticas públicas para prevenir ou reduzir os riscos da poluição do ar para a saúde.

Fake news
Um dos desafios da lista é ganhar a confiança do povo. Sem acreditar nas fontes de informação clássicas, como a grande mídia e o governo, a população acaba caindo nas fake news – uma realidade bastante conhecida do brasileiro.

Para Jašarević , a construção de literatura médica e a educação em saúde são vitais para reverter o cenário. “Também há uma necessidade de autorreflexão: cientistas e a comunidade de saúde pública precisam melhorar em ouvir as comunidades às quais servem. Precisamos investir em sistemas de informação de saúde pública”, afirma.

Uma das saídas da OMS para esse cenário é investir na atenção primária, para garantir que a população consiga acessar serviços efetivos, baratos, ofertados por profissionais que se tornarão conhecidos do paciente.

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