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OMS anuncia transferência tecnológica para África fabricar vacinas

Produção de vacinas contra Covid-19 de tecnologia mRNA deve começar daqui a 10 meses na África do Sul

atualizado

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1 de 1 vacina-contra-covid-19 - Foto: Spencer Davis/Unsplash

Nesta segunda-feira (21/6), em entrevista coletiva à imprensa, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou um programa que permitirá a transferência de tecnologia para produção de vacinas contra a Covid-19 na África do Sul.

O continente africano tem enfrentado um aumento recente no número de casos e mortes de Covid-19, alertou Tedros. Segundo ele, houve um crescimento de 40% de casos e óbitos provocados pelo Sars-Cov-2 naquele continente na última semana.

Ainda na coletiva, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, reforçou a importância de mudar a narrativa da África como “centro de doenças e pobre em desenvolvimento”. “Criaremos uma narrativa que celebra o sucesso contra o fardo da doença. Uma história de independência e de avanço no desenvolvimento sustentável”, disse Ramaphosa.

Ele também fez uma crítica às nações que detém o conhecimento para a fabricação das vacinas. “O nacionalismo das vacinas precisa terminar. A pandemia afeta a todos nós e não podemos ter só alguns países à frente da produção de imunizantes.”

Nos países norte-africanos, mais desenvolvidos, metade dos cidadãos está vacinada, de acordo com o presidente. “Nós, no Sul, ainda estamos sofrendo com a falta de acesso a vacinas”, acrescentou.

De acordo com Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, já existe uma fábrica piloto na África do Sul, mas  ainda é necessário adquirir equipamentos, treinar pessoas e comprar insumos. “Precisaremos de 9 a 10 meses para iniciar a produção de vacinas na África”, calcula.

Covax Facility
O diretor-geral da entidade reforçou que a iniciativa é uma solução de médio prazo, e destacou que, a curto prazo, todo investimento precisa ser feito no Covax Facility, iniciativa da OMS para a distribuição de vacinas. “Precisamos fazer tudo possível para diminuir a disparidade na distribuição de vacinas através de doações para o Covax“.

Ele reforça que a OMS está mediando as negociações com várias empresas que manifestaram interesse em fornecer sua tecnologia de mRNA para o hub sul-africano.

“O consórcio envolve a empresa Afrigen Biologics & Vaccines, que atuará como o centro tanto fabricando vacinas de mRNA quanto fornecendo treinamento. Com o tempo, a Afrigen poderá fornecer treinamento a outros fabricantes na África e além”, explica.

Em mensagem de vídeo exibida durante a coletiva, o presidente da França, Emmanuel Macron, reforçou que todos os países precisam ter a capacidade de produzir suas próprias vacinas.

“Estou orgulhoso que a OMS escolheu o consórcio liderado pela Afrigen e Biovac, uma companhia que a França tem apoiado há anos”, disse Macron. “Essa iniciativa é a primeira de várias que continuaremos a apoiar com nossos parceiros europeus, guiados pela convicção de que a ação global é necessária para esta batalha do século”.

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