OMS anuncia recomendação de vacina contra malária eficaz e mais barata
Novo imunizante anunciado pela Organização Mundial da Saúde contra a malária é mais barato e poderá ser produzido mais rápido do que havia
atualizado
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Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (2/10), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a recomendação oficial de uma nova vacina contra a malária. O novo imunizante é mais barato e poderá ser produzido em maior escala do que a fórmula aprovada em 2021.
A nova vacina, chamada R21/MatrixM, foi desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e deverá ser comercializada a menos de quatro dólares por dose, metade do preço da anterior. Ela já começou a ser aplicada oficialmente em alguns países, como Gana.
A farmacêutica Serum Institute of India fabricará o imunizante e deve produzir até 100 milhões de doses por ano. A vacina atual, a RTS, já teve 18 milhões de doses produzidas.
“É uma felicidade para mim, que dediquei minha vida a combater a malária, saber que agora não há apenas uma, mas duas vacinas contra esta doença, e que ambas podem reduzir os casos sintomáticos em até 75% após três doses”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante entrevista coletiva.
A OMS afirmou que ajudará 28 países a colocar a vacina para malária em seus programas de imunização até o começo do ano que vem. “Estas vacinas combinadas nos deixam mais próximos do que nunca de erradicar a malária do mundo”, celebra a professora Dyann Wirth, especialista em malária da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
O que é a malária?
A malária é uma doença endêmica em várias partes do mundo e tem sido uma das principais causas de mortalidade na África. Ela é transmitida por um mosquito do gênero Anopheles, mas é uma doença parasitária, não viral, como a dengue. Os sintomas mais comuns são:
- Febre alta;
- Calafrios;
- Tremores;
- Sudorese;
- Dor de cabeça, que pode ocorrer de forma cíclica.
Vacina poderá ser aplicada no Brasil?
A nova vacina da malária é eficaz apenas contra os parasitas mais comuns do continente africano, assim como o imunizante de 2021 — 95% das mortes por malária no mundo acontecem em países da África e Índia.
Entretanto, este não é o mesmo parasita que circula no Norte do Brasil. Por isso, as autoridades de saúde brasileiras devem fazer testes específicos para avaliar se a recomendação da OMS será útil também no território nacional.
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