OMS admite atraso de 190 milhões de doses na entrega de vacinas
Em coletiva de imprensa nesta segunda (17/5), o diretor-geral da agência afirmou que situação da Índia é um dos principais complicadores
atualizado
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As metas de vacinação para Covid-19 instituídas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) estão ameaçadas. É o que admitiu o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (17/5).
“O aumento de casos comprometeu o fornecimento global da vacina e já há um déficit de 190 milhões de doses para o Covax até o final de junho”, afirmiu Tedros.
O Covax Facility é o consórcio internacional capitaneado pela OMS que visa garantir doses de vacina para todos os países. Segundo a Unicef, foram distribuídos mais de 65 milhões de doses via Covax para mais de 130 países, sendo que, destes, ao menos 30 não teriam acesso à vacina de outra forma.
Mas a meta da OMS era de que, nesta semana, um total de 170 milhões de vacinas tivessem sido distribuídas. A entidade admite que a meta para 2021, que seria vacinar cerca de 20% da população dos países em desenvolvimento, está comprometida.
No caso do Brasil, o mês de abril foi de atraso no recebimento de doses via Covax. No início maio, o país recebeu 3,9 milhões de doses. A entidade trabalha para garantir uma nova remessa de 4 milhões de doses do imunizante AstraZeneca/Oxford para o Brasil até junho, mas não existe confirmação de data. Quando o Brasil aderiu à Covax, foi feita a aquisição de 42 milhões de doses, a serem entregues até o final de 2021.
Alguns dos fatores para estes atrasos são o agravamento da crise sanitária na Índia, país que produz a AstraZeneca no Instituto Serum. O governo indiano suspendeu à exportação de doses diante do agravamento da pandemia no país.
Além disso, A OMS criticou países ricos que começam a avaliar a vacinação de crianças, enquanto nos países pobres ainda não foi possível garantir a vacinação dos trabalhadores da área de saúde ou mesmo da população idosa. “Este é o momento de dividir as vacinas entre aqueles que mais necessitam dela”, reforçou Katherine O’Brien, Diretora do Departamento de Imunização da OMS.