OMS aconselha que se abandone o uso da cloroquina contra a Covid-19
Painel de especialistas da entidade afirma que remédio não é mais prioridade e realmente não há efeito contra o coronavírus
atualizado
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Desde o início da pandemia, a cloroquina é alardeada como um possível tratamento contra a Covid-19. Porém, de acordo com artigo publicado por um painel de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS), o medicamento não tem eficácia contra a doença e não deve ser usado.
A “forte” recomendação contra a cloroquina é baseada nos resultados de seis estudos randomizados com mais de 6 mil participantes infectados ou não pelo coronavírus. O artigo do grupo foi publicado na revista científica British Medical Journal (BMJ) na madrugada desta terça (2/3).
“Evidências de alta certeza mostram que não há efeito significativo em mortes e hospitalizações, enquanto há certeza moderada que a cloroquina não apresenta efeito contra a infecção e provavelmente aumenta o risco de efeitos adversos“, diz a entidade.
Além de não recomendar o uso, a OMS também pede que a cloroquina não seja mais uma das prioridades de estudo clínico, e que os recursos usados para pesquisá-la sejam usados para avaliar outras drogas mais promissoras.
Esta publicação é a primeira versão de um guideline para drogas para prevenir a Covid-19. Até o momento, nenhum medicamento se provou útil contra o coronavírus nos primeiros momentos. O documento deve ser atualizado conforme novas pesquisas forem publicadas e revisadas pelos especialistas da OMS.
Apesar de não ter apresentado qualquer benefício contra a Covid-19, a cloroquina vem sendo fabricada e distribuída pelo Ministério da Saúde desde o início da pandemia de Covid-19. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também endossa o uso do medicamento.
Segundo dados da Secretaria de Saúde obtidos pelo Metrópoles, só no Distrito Federal, foram distribuídos 9,7 mil comprimidos do remédio, que é usado normalmente para tratar malária e lúpus.