Ômicron: o que significa uma variante ser “mais transmissível”?
Infectologista explica as diferenças que tornam a infecção e a disseminação da nova cepa do coronavírus mais eficientes que as antecessoras
atualizado
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Desde que a variante Delta do coronavírus foi identificada pela primeira vez, na Índia, a comunidade científica menciona a possibilidade de a cepa ser “mais transmissível”.
Meses depois, com a chegada da Ômicron, o discurso se tornou ainda mais popular, o que explica por que o mundo foi varrido por mais uma onda de casos da Covid-19. Mas o que isso significa?
A infectologista Ana Helena Germoglio detalha que a variante Ômicron tem mais de 30 mutações na proteína spike, estrutura que permite a entrada do coronavírus nas células. As alterações garantem à cepa maior adesão às células do organismo infectado, o que faz com que o vírus se reproduza com mais facilidade no corpo.
Algumas dessas mudanças também estão relacionadas ao escape do sistema imune. Por isso, pessoas que já tiveram a doença ou foram vacinadas podem ser reinfectadas.
“Outro ponto é que a Ômicron se multiplica no trato respiratório superior, ou seja, do pescoço para cima. Isso facilita muito a propagação do vírus. No fim das contas, ela é mais transmissível porque o paciente com Covid-19 libera mais vírus e a pessoa que recebe tem menos barreiras para se defender”, ensina a especialista.
Nova variante
A subvariante BA.2, por exemplo, é mais transmissível que a Ômicron, ou seja, ainda mais eficiente em infectar. Ela tem cerca de 50 mutações na estrutura viral, que a fazem invadir com mais facilidade as células humanas. As mutações também permitem que ela drible, de forma mais eficiente, as defesas do organismo.
Por isso, os pesquisadores estão começando a defender que ela seja reconhecida como uma variante de preocupação pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e receba um nome de letra grega, como as antecessoras Alfa, Beta, Gama, Delta e Ômicron.