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Ômicron: o que significa uma variante ser “mais transmissível”?

Infectologista explica as diferenças que tornam a infecção e a disseminação da nova cepa do coronavírus mais eficientes que as antecessoras

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Na imagem colorida, um homem está posicionado à esquerda. Ele espirra
1 de 1 Na imagem colorida, um homem está posicionado à esquerda. Ele espirra - Foto: Peter Dazeley/ Getty Images

Desde que a variante Delta do coronavírus foi identificada pela primeira vez, na Índia, a comunidade científica menciona a possibilidade de a cepa ser “mais transmissível”.

Meses depois, com a chegada da Ômicron, o discurso se tornou ainda mais popular, o que explica por que o mundo foi varrido por mais uma onda de casos da Covid-19. Mas o que isso significa?

A infectologista Ana Helena Germoglio detalha que a variante Ômicron tem mais de 30 mutações na proteína spike, estrutura que permite a entrada do coronavírus nas células. As alterações garantem à cepa maior adesão às células do organismo infectado, o que faz com que o vírus se reproduza com mais facilidade no corpo.

Algumas dessas mudanças também estão relacionadas ao escape do sistema imune. Por isso, pessoas que já tiveram a doença ou foram vacinadas podem ser reinfectadas.

“Outro ponto é que a Ômicron se multiplica no trato respiratório superior, ou seja, do pescoço para cima. Isso facilita muito a propagação do vírus. No fim das contas, ela é mais transmissível porque o paciente com Covid-19 libera mais vírus e a pessoa que recebe tem menos barreiras para se defender”, ensina a especialista.

Nova variante

A subvariante BA.2, por exemplo, é mais transmissível que a Ômicron, ou seja, ainda mais eficiente em infectar. Ela tem cerca de 50 mutações na estrutura viral, que a fazem invadir com mais facilidade as células humanas. As mutações também permitem que ela drible, de forma mais eficiente, as defesas do organismo.

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No início de fevereiro deste ano, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou pela primeira vez a presença da subvariante BA.2 da Ômicron no Brasil
Estudos realizados em outros países indicam que o subtipo BA.2 é até 33% mais transmissível do que a versão original da variante Ômicron (BA.1) e tem maior capacidade de infectar pessoas já vacinadas
Apesar de só ter sido identificado agora no país, o subtipo já é dominante na Dinamarca e vem crescendo em outros países, como o Reino Unido
A doença repete uma característica que a Ômicron já apresentava: tendência a ter um quadro muito mais nas vias aéreas superiores do que nas vias aéreas inferiores, o que torna a infecção mais branda
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a subvariante é mais difícil de ser identificada em testes de sequenciamento genômico. Segundo a OMS, que realiza o monitoramento constante da evolução do SARS-CoV-2, até o momento não foi possível estabelecer como e onde as subvariantes da Ômicron se originaram e evoluíram
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No início de fevereiro deste ano, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou pela primeira vez a presença da subvariante BA.2 da Ômicron no Brasil

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Estudos realizados em outros países indicam que o subtipo BA.2 é até 33% mais transmissível do que a versão original da variante Ômicron (BA.1) e tem maior capacidade de infectar pessoas já vacinadas

Agência Brasil
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Apesar de só ter sido identificado agora no país, o subtipo já é dominante na Dinamarca e vem crescendo em outros países, como o Reino Unido

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A doença repete uma característica que a Ômicron já apresentava: tendência a ter um quadro muito mais nas vias aéreas superiores do que nas vias aéreas inferiores, o que torna a infecção mais branda

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a subvariante é mais difícil de ser identificada em testes de sequenciamento genômico. Segundo a OMS, que realiza o monitoramento constante da evolução do SARS-CoV-2, até o momento não foi possível estabelecer como e onde as subvariantes da Ômicron se originaram e evoluíram

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Pesquisa aponta que a BA.2 infecta mais as pessoas imunizadas com o esquema primário de vacinação e pacientes que tomaram a dose de reforço, em comparação com a BA.1

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Vacina contra Covid-19 astrazeneca

Agência Brasil
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De acordo com o governo da Dinamarca, o subtipo BA.2 da variante Ômicron é 1,5 vezes mais transmissível que a forma original da cepa

Agência Brasil

Por isso, os pesquisadores estão começando a defender que ela seja reconhecida como uma variante de preocupação pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e receba um nome de letra grega, como as antecessoras Alfa, Beta, Gama, Delta e Ômicron.

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