metropoles.com

Ômicron não é tão letal por poupar pulmões, dizem cientistas

Conjunto de evidências científicas apoia informações obtidas via cenário epidemiológico de que a mutação é mais transmissível e menos letal

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Andriy Onufriyenko/ Getty Images
Na ilustração colorida, vários vírus são representado
1 de 1 Na ilustração colorida, vários vírus são representado - Foto: Andriy Onufriyenko/ Getty Images

Um conjunto de evidências obtidas por meio de pesquisas científicas vem mostrando que a variante Ômicron do coronavírus afeta mais a garganta dos infectados do que os pulmões, o que confirmaria as informações obtidas via cenário epidemiológico de que a mutação é mais transmissível e menos letal.

Pelo menos seis trabalhos divulgados em versão pré-print em dezembro trazem conclusões assim. As pesquisas usaram roedores infectados com a Ômicron ou tecidos das vias respiratórias humanas para descobrir mais informações sobre como é a ação do vírus dentro do organismo. Ainda precisam passar pela chamada revisão de pares, mas chamam atenção pela coesão de seus resultados.

“Em essência, (o coronavírus) parece ser mais capaz de infectar o trato respiratório superior – as células da garganta. Portanto, ele se multiplicaria nas células mais prontamente do que nas células do pulmão. Isso é realmente preliminar, mas os estudos apontam na mesma direção”, afirmou o virologista Deenan Pillay, da University College London, ao The Guardian.

As pesquisas mostram que hamsters e camundongos infectados com a Ômicron apresentaram danos pulmonares menores, perderam menos peso e tiveram menor probabilidade de morrer quando comparados a animais das mesmas espécies infectados com outras variantes.

Evolução do vírus

Em outra vertente de trabalhos, pesquisadores da Universidade de Hong Kong estudaram a propagação do vírus em tecidos humanos retirados durante cirurgias. A partir da análise de 12 amostras de tecidos pulmonares, os pesquisadores descobriram que a Ômicron se espalhou mais lentamente do que a variante Delta ou a versão original do coronavírus.

Os cientistas também avaliariam o comportamento dos vírus nos brônquios e verificaram que, nestas células, a Ômicron se espalhou mais rapidamente do que a Delta ou a versão original do coronavírus. Ou seja, ela estaria mais eficiente para ser transmitida, sem, no entanto, tornar-se tão perigosa.

Esses dados, ainda que iniciais, apoiam a hipótese de que a variante teria atingido o ponto ideal da evolução de um vírus, quando ele se torna mais transmissível e menos letal, permitindo que o microrganismo tenha um amplo campo para circular.

“Não é um bom negócio para o vírus matar o seu hospedeiro. Normalmente ele aumenta a produção de vírus, a transmissibilidade e, ao longo do tempo, vai se adaptando. A longo prazo, existe a tendência do vírus ficar endêmico e ser menos letal, assim como ocorreu com os coronavírus que causam a gripe comum”, explicou o professor do Instituto de Biologia da UnB, Bergmann Ribeiro, especialista em mutações de vírus ao Metrópoles.

No entanto, até aqui, é unanimidade que muitos estudos ainda precisam ser feitos antes que as pessoas abandonem as medidas de proteção necessárias à prevenção da Covid-19.

 

15 imagens
Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido
Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas
Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo
O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus
1 de 15

Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron foi classificada pela OMS como de preocupação

Andriy Onufriyenko/ Getty Images
2 de 15

Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento

Getty Images
3 de 15

Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido

Peter Dazeley/ Getty Images
4 de 15

Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas

Uwe Krejci/ Getty Images
5 de 15

Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo

Pixabay
6 de 15

O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus

Getty Images
7 de 15

A primeira é que a variante tenha começado o desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível

Getty Images
8 de 15

A segunda é que surgimento da Ômicron pode estar ligado ao HIV não tratado. A terceira, e menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano

Andriy Onufriyenko/ Getty Images
9 de 15

De qualquer forma, o sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta

Andriy Onufriyenko/ Getty Images
10 de 15

Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para conter o avanço da nova variante

Getty Images
11 de 15

De acordo com documento da OMS, a Ômicron está em circulação em 110 países. Na África do Sul, ela vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa

Getty Images
12 de 15

Mesmo em países onde o número de pessoas vacinadas é alto, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente

Morsa Images/ Getty Images
13 de 15

No Brasil, 32 casos foram registrados, segundo balanço divulgado no fim de dezembro pelo Ministério da Saúde

Morsa Images/ Getty Images
14 de 15

Por conta da capacidade de disseminação da variante, a OMS orienta que pessoas se vacinem com todas as doses necessárias, utilizem corretamente máscaras de proteção e mantenham as mãos higienizadas

Andriy Onufriyenko/ Getty Images
15 de 15

A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados

JuFagundes/ Getty Images

 

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?