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Ômicron: compartilhamento de vaper favorece infecção, diz especialista

Para especialistas, o compartilhamento de cigarros eletrônicos contribui com o impacto da pandemia e favorece a contaminação pela Ômicron

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Cigarro eletrônico
1 de 1 Cigarro eletrônico - Foto: Getty Images

O cigarro eletrônico, também conhecido como vaper, explodiu em popularidade entre adolescentes e adultos jovens nos últimos anos. Já é normal ver o objeto sendo compartilhado entre amigos em festas e no dia a dia. Porém, o que poucos sabem é que a prática contribui com o impacto da pandemia e favorece a contaminação pela variante Ômicron.

Atualmente, o Brasil enfrenta uma terceira onda da pandemia da Covid-19, e o Ministério da Saúde acredita que a cepa é responsável pelo aumento de casos da doença. A nova variante já é prevalente no país e 98,7% das infecções são causadas por ela, segundo análise do Instituto Todos pela Saúde, em parceria com os laboratórios Dasa.

Vários estudos já comprovaram que a vaporização diminui a imunidade no trato respiratório e aumenta em quase cinco vezes as chances de o usuário apresentar sintomas mais graves da Covid-19. Mas, desta vez, o novo alerta dos especialistas vai além do uso pessoal, incluindo a ação de dividir os cigarros eletrônicos com outras pessoas.

“O compartilhamento de vaper pode ser uma forma de espalhar a variante. Ao utilizar o aparelho, restos de saliva e secreções são deixadas ali. A infecção pode acontecer quando a mucosa de um paciente não infectado entra em contato com um tubo infectado, iniciando a disseminação”, explica o infectologista Werciley Junior, do Grupo Santa.

De acordo com o especialista, quem utiliza esses produtos tem mais contato da mão com a boca e o rosto, gesto que pode ser também um facilitador da propagação do vírus. A infectologista Ana Helena Germoglio chama atenção também para o compartilhamento de outros produtos comuns entre os jovens, como cigarros normais e narguilé.

“Em qualquer objeto que haja deposição de saliva pode acontecer a transmissão. Aqueles que mais se expõem ao vírus certamente terão mais chances de contrair a nova variante Ômicron”, esclarece a médica.

O coordenador da Comissão Científica da Sociedade Brasileira de Pneumologia (SBPT), Paulo Corrêa, alega que a nova cepa do coronavírus ainda é muito recente para que estudos aprofundados possam apontar a relação entre o compartilhamento de vaper e a propagação do vírus. Contudo, é inegável que o objeto pode ser uma arma perigosa no cenário pandêmico.

“A epidemia de uso de cigarro eletrônicos entre jovens é relativamente recente, tem em torno de dez anos. Além de ser um vilão para os tempos pandêmicos, pode ser responsável por quadros de síndrome respiratória aguda grave”, alega o pneumologista.

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido
Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas
Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo
O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus
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Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron foi classificada pela OMS como de preocupação

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento

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Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido

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Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas

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Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo

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O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus

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A primeira é que a variante tenha começado o desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível

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A segunda é que surgimento da Ômicron pode estar ligado ao HIV não tratado. A terceira, e menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano

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De qualquer forma, o sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta

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Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para conter o avanço da nova variante

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De acordo com documento da OMS, a Ômicron está em circulação em 110 países. Na África do Sul, ela vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa

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Mesmo em países onde o número de pessoas vacinadas é alto, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente

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No Brasil, 32 casos foram registrados, segundo balanço divulgado no fim de dezembro pelo Ministério da Saúde

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Por conta da capacidade de disseminação da variante, a OMS orienta que pessoas se vacinem com todas as doses necessárias, utilizem corretamente máscaras de proteção e mantenham as mãos higienizadas

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A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados

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Vacinação

Segundo o infectologista Junior, o risco de desenvolver quadros graves por conta da Ômicron em jovens vacinados é cientificamente baixo. Entretanto, uma grande parcela dessa população ainda não completou o esquema vacinal com dose de reforço.

“É possível observar que quem foi vacinado há menos de 6 meses ou está reforçado apresenta altos níveis de imunidade contra a cepa. Todavia, quem está devendo doses e ainda não recebeu o reforço do imunizante pode ser contaminado e até mesmo evoluir para situações mais graves da doença”, garante.

Desde que os primeiros casos de Covid-19 relacionados à variante Ômicron foram notificados, no fim de novembro, as grandes farmacêuticas buscam desvendar como a nova cepa interfere na proteção das vacinas. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, garante que o imunizante protege contra quadros graves, internações e mortes causadas pela doença.

“O recente surgimento da Ômicron enfatiza ainda mais a importância da vacinação e do reforço”, informa a agência.

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