Ômicron: BA.2 pode causar reinfecção de Covid em intervalo de 20 dias
Estudo dinamarquês indica recorrência maior entre adolescentes não vacinados. Dados da Fiocruz mostram que subvariante é dominante no Brasil
atualizado
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Um estudo feito por pesquisadores do Statens Serum Institut (SSI), da Dinamarca mostra evidências de que a subvariante BA.2 da Ômicron pode causar a reinfecção de pessoas recuperadas da Covid-19 no intervalo de 20 dias.
O resultado explica porque as pessoas infectadas pelo coronavírus em janeiro, quando o Brasil atravessou a primeira onda da variante Ômicron, estão ficando doentes novamente.
Um relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado na segunda-feira (13/6), mostra que a linhagem BA.2 se tornou dominante no Brasil, substituindo a BA.1. Também houve a detecção de outras linhagens com maior potencial de transmissão no país. O documento da Rede Genômica Fiocruz é baseado em amostras do período de 20 de maio a 2 de junho.
“Por quanto tempo estamos protegidos depois de uma infecção por Covid? Para a Delta, a proteção era em média de três meses. Com a Ômicron e as novas subvariantes, isso mudou. Há relatos de reinfecção em até 20 dias”, escreveu a médica epidemiologista Denise Garrett no Twitter, ao compartilhar a pesquisa dinamarquesa.
No estudo, publicado no fim de fevereiro na plataforma medRxiv, os pesquisadores da Dinamarca tiveram acesso a amostras de aproximadamente 1,8 milhão de casos de infecções pelo coronavírus – independente da variante – no país, no período de 22 de novembro de 2021 a 11 de fevereiro de 2022.
Usando sequenciamento do genoma inteiro do vírus, eles selecionaram os casos de reinfecções pela BA.2 dentro do prazo de 20 a 60 dias após as infecções iniciais com BA.1, período em que as duas subvariantes surgiram e se tornaram dominantes na Dinamarca.
De um total de 187 casos de reinfecção, foram identificados 47 pela BA.2 logo após uma infecção por BA.1, principalmente entre pessoas jovens – com média de idade de 15 anos – e não vacinadas. A maioria desenvolveu doença leve, sem necessidade de hospitalização; também não houve relatos de mortes.
“Temos evidências de que as reinfecções pela subvariante BA.2 de fato podem ocorrer logo após uma infecção por BA.1, causando doença principalmente leve em indivíduos jovens não vacinados, mas são raras”, concluíram os pesquisadores.
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