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Ômicron acaba com os planos para Natal, Réveillon e Carnaval?

Os resultados de estudos sobre a capacidade de transmissibilidade da nova variante do coronavírus podem prejudicar os planos dos brasileiros

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Julia Bandeira / Especial para o Metrópoles
Queima de fogos do réveillon na Villa Giardini
1 de 1 Queima de fogos do réveillon na Villa Giardini - Foto: Julia Bandeira / Especial para o Metrópoles

O avanço da vacinação no país e a queda na curva de casos e óbitos fez com que muitos brasileiros voltassem a sonhar com as comemorações de Natal, Réveillon e Carnaval. No entanto, o surgimento da variante Ômicron do novo coronavírus adicionou incertezas em relação ao cenário futuro da pandemia.

Apesar de Brasil ainda não ter casos confirmados da variante – há apenas um em investigação – especialistas afirmam que é precipitado fazer planos que incluam aglomerações neste momento. Por ser uma descoberta recente, ainda não existem informações confiáveis sobre a capacidade de transmissão da cepa e se ela será capaz de escapar da resposta imunológica construída pelas vacinas.

“Se antes da nova variante já seria difícil prever o Carnaval, agora ficou mais complicado, pois não sabemos o real grau de perigo que ela confere. É muito precoce tomar qualquer decisão neste momento”, afirma a infectologista Ana Helena Germoglio.

Saiba como o coronavírus ataca o corpo humano:

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O médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, fundador e ex-presidente da Anvisa, acredita que serão necessárias de duas a três semanas para saber exatamente se as vacinas desenvolvidas até aqui funcionam contra a Ômicron. “Falar em Réveillon no momento em que o mundo tem uma variante com grande possibilidade de transmissão é anticíclico, é loucura”, afirma o professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Vecina afirma que o momento deve ser de muita cautela até que seja observado como a Ômicron se comportará em países onde os casos já foram notificados. “Como ela é uma variante que parece se espalhar mais, a chance de uma nova onda na Europa é muito grande. No Brasil, vai depender. A gente esperava uma grande onda com a Delta mas, fora o aumento de casos no Rio de Janeiro, ela não teve grande impacto”.

Restrições

A presença da variante Ômicron em vários países colocou autoridades de todo o mundo em alerta. Nesta segunda-feira (29/11), os governos de Salvador, João Pessoa, Fortaleza, Florianópolis e Belo Horizonte já anunciaram o cancelamento das festas de Ano-Novo para evitar aglomerações e oportunidades de transmissão.

“É uma ideia muito salutar”, avalia Gonzalo Vecina. “Neste final de semana, em algumas cidades, nós tivemos shows com uma aglomeração absurda, muita gente sem máscara, aglomerada. Isso dará um repique grande de casos”, considera o sanitarista.

Ele explica que, apesar de mais de 70% da população brasileira estar vacinada, existe um grande número de pessoas que ainda aguarda a imunização ou optou por não se vacinar. Os eventos com grande concentração de pessoas, onde o uso de máscara não é obrigatório, contribuem para a circulação do coronavírus. “A consequência disso é o aumento de casos e hospitalizações”, explica Vecina.

Na avaliação de Vecina, o modelo mais seguro de comemoração neste fim de ano é o de eventos em ambientes abertos, com boa circulação de ar, onde haja a exigência da comprovação das vacinas. “Neste momento, o passaporte vai ser absolutamente necessário”, aponta o especialista.

Como se proteger da Ômicron

As informações sobre a Ômicron ainda são poucas. “A ciência tem mais pontos de interrogação do que certezas em relação a essa variante. O fato de ela ter muitas mutações pode torná-la mais transmissível e/ou que responda menos à imunização por vacinas ou natural”, pondera Ana Helena Germoglio.

Até que os resultados dos estudos estejam disponíveis, a infectologista recomenda que a população continue se protegendo com o uso de máscaras, evitando aglomerações e mantendo a ventilação natural dos ambientes no dia a dia. “São medidas que valem para qualquer variante. E, em relação à vacina, mesmo que ela perca um pouco da efetividade, qualquer efetividade é melhor do que nenhuma”, destaca a médica.

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