Obesidade infantil atinge 3,1 milhões de crianças no Brasil, diz Saúde
Executivo alerta para a necessidade de incentivar as crianças a seguirem bons hábitos alimentares e praticarem atividades físicas
atualizado
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Os hábitos alimentares e o sedentarismo também têm afetado às crianças brasileiras. Nesta quinta-feira (3/6), quando se comemora o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, o Ministério da Saúde divulgou que cerca de 6,4 milhões de crianças no país estão com excesso de peso e outras 3,1 milhões já evoluíram para obesidade.
A obesidade infantil afeta 13,2% das crianças entre 5 e 9 anos acompanhadas no Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde, e pode trazer consequências preocupantes ao longo da vida. Nessa faixa-etária, 28% das crianças apresentam excesso de peso, um sinal de alerta para o risco de obesidade ainda na infância ou no futuro.
Entre os menores de 5 anos, o índice de sobrepeso é de 14,8, sendo que 7% já apresentam obesidade. Os dados são de 2019, baseados no Índice de Massa Corporal (IMC) de crianças que são atendidas na Atenção Primária à Saúde (SAPS).
“Esses números reforçam a importância de ter ambientes saudáveis e de se promover a educação alimentar desde cedo. Isso evita doenças que podem acompanhar durante o desenvolvimento e ao longo de toda a vida, afetando o desempenho escolar e aumentando o risco de vários agravos, como hipertensão e diabetes.”, afirma Raphael Parente, secretário de atenção primária à saúde da pasta.
A pandemia da Covid-19 também agravou a situação e teve impacto importante na alimentação das crianças e adolescentes, além do aumento do sedentarismo. A interrupção significativa na rotina das crianças pode gerar impacto negativo na saúde mental e no bem-estar, o que pode provocar um índice ainda maior de jovens com excesso de peso.
Prevenção
A obesidade infantil é resultado de uma série complexa de fatores genéticos, comportamentais, que atuam em vários contextos: familiar, escolar e social, entre outros.
Fatores que podem ocorrer ainda na gestação acabam por influenciar o futuro da criança, como, por exemplo, a nutrição inadequada da mãe e o excesso de peso dela. Também pode envolver um aleitamento materno de curta duração e a introdução de alimentos de forma inadequada.
Crianças com obesidade correm riscos de desenvolverem doenças nas articulações e nos ossos, diabetes e doenças cardíacas. Para evitar isso, é essencial que a introdução alimentar seja feita no período correto – a partir dos 6 meses, após o período de aleitamento materno exclusivo – e com os alimentos balanceados.
Se esse período não tiver o cuidado e a atenção necessários, as crianças ficam expostas cada vez mais cedo aos alimentos ultraprocessados e industrializados.
Os salgadinhos, refrigerantes, biscoitos recheados devem sair de cena e dar mais espaço aos alimentos que já conhecemos bem, como arroz, feijão, legumes e frutas. Portanto, o acesso à informação sobre escolhas mais saudáveis para as famílias, profissionais de saúde, cuidadores e responsáveis é fundamental para combater o problema.
Ações estratégicas
O Ministério da Saúde pretende lançar, em julho, a Estratégia de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (Proteja) e a Campanha Nacional de Prevenção à Obesidade Infantil. O objetivo da pasta é incentivar a melhoria da saúde e da nutrição das crianças brasileiras. As ações apoiarão os municípios no planejamento, implementação, monitoramento de ações e intervenções.