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O que se sabe sobre os tipos sanguíneos e o risco de pegar a Covid-19

Relatório divulgado na quarta reforça pesquisas anteriores: pessoas com sangue tipo A são mais suscetíveis e as do tipo O, mais resistentes

atualizado

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1 de 1 Sangue1 - Foto: Vinícius Santa Rosa/Metrópoles

Um relatório divulgado pelo New England Journal of Medicine, nesta quarta-feira (17/06), traz novas evidências sobre a correlação entre grupos sanguíneos e a Covid-19, reforçando pesquisas anteriores. As informações confirmam que pessoas com sangue tipo A seriam mais suscetíveis ao Sars-CoV-2 e as de tipo O, mais resistentes.

“Os pesquisadores fizeram análise genética de pacientes com a doença. O relatório mostra que o tipo sanguíneo é determinante para a pessoa pegar Covid-19, mas não é determinante para indicar a gravidade da doença”, afirma José Eduardo Levi, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Dasa – grupo do laboratório Exame.

A pesquisa foi feita a partir da investigação genética de 1.980 pacientes que ficaram internados em hospitais da Itália e Espanha. De acordo com os resultados, os indivíduos com sangue tipo A teriam um risco 45% maior de serem infectados, enquanto os com sangue tipo O teriam 35% menos risco. O especialista José Eduardo ressalta que a amostragem não é uma quantidade determinante, mas dá pistas para que novos estudos aprofundem na investigação.

Como se trata de uma pandemia provocada por um vírus altamente contagioso, na qual as comorbidades são importantes fatores de risco, as pessoas de todos os grupos sanguíneos devem manter os mesmos cuidados. “Em termos de saúde pública, a nova pesquisa não muda nada. O estudo é importante para entendermos porque isso ocorre e avançarmos no conhecimento sobre o vírus”, avalia José Eduardo.

Pacientes dos grupos sanguíneos B e AB também estiveram entre os que foram analisados mas, no caso deles, o genótipo não apresentou diferenças significativas. O mesmo cenário se verificou em relação aos fatores RH + ou -.

Pesquisas anteriores

A primeira pesquisa divulgada com a abordagem de tipo sanguíneo foi realizada por cientistas chineses. A partir de amostras de sangue de 2.173 pacientes com a doença, verificou-se que os do grupo A eram mais suscetíveis ao Sars-CoV-2, enquanto aqueles com o tipo O seriam mais resistentes. O trabalho não trouxe evidências fortes de associação entre o tipo sanguíneo e o desenvolvimento de casos graves, que levassem à entubação ou morte de pacientes com Covid-19.

Em seguida um estudo genético, comandado pela empresa 23andMe, confirmou a relação entre os tipos sanguíneos e a suscetibilidade à Covid-19. Cientistas observaram, em um grupo de 750 mil voluntários, que pessoas com sangue tipo O teriam até 18% menos de chance de testar positivo para o vírus e até 26% menos de chance de desenvolver a doença.

Uma hipótese provável levantada a partir do mapeamento genético está relacionada às outras funções desempenhadas pelos genes que determinam o tipo sanguíneo. Eles também são importantes para definir estruturas na superfície das células chamadas de açúcares, que estariam relacionadas à capacidade do vírus de infectar as células.

O que dizem os estudos

A – pessoas com sangue tipo A correm mais risco de pegar Covid-19

B – não apresentou diferença significativa nos estudos

AB – não apresentou diferença significativa nos estudos

O – pessoas com sangue tipo O correm menos risco de pegar Covid-19

RH – ser fator positivo ou negativo esteve em análise nos estudos, mas não foi encontrada diferença significativa

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