O que se sabe sobre a vacina contra Covid-19 que será testada no DF
Universidade de Brasília coordenará testes da vacina chinesa do laboratório Sinovac, que está na fase 3 de desenvolvimento
atualizado
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A experiência da Universidade de Brasília (UnB) na realização de ensaios clínicos da vacina da dengue – ainda em desenvolvimento – foi determinante para que o Distrito Federal fosse incluído entre as praças que realizarão testes em voluntários da vacina contra a Covid-19 produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.
Nessa quarta-feira (1º/7), o Instituto Butantan anunciou que, além de São Paulo, outras unidades da Federação – como Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná – também participarão dos estudos de fase 3 – a mais adiantada – do desenvolvimento da vacina que vem sendo apelidada de Coronavac.
“Por já sermos parceiros do Butantan no projeto da vacina da dengue, fomos procurados para participar da construção desta importante evidência científica, o que consideramos um enorme privilégio”, destaca o professor Gustavo Romero, da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília. Ele será responsável por coordenar a pesquisa no DF.
Como o Butatan ainda está em tratativas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em relação ao protocolo de testes, não há detalhes sobre quantos voluntários serão recrutados no DF, nem sobre o perfil desejado deles – ao todo, serão 9 mil pessoas no Brasil.
Além de selecionar quem receberá a vacina, a UnB ficará responsável por aplicar a imunização nos pacientes e acompanhar o estado de saúde deles por um determinado período, que também está em definição.
“Em estudos desse tipo, há várias consultas ao longo do tempo, monitora-se detalhadamente a saúde do pacientes para checar a ocorrência ou não do chamado evento de interesse”, explica o professor Romero. Nesse caso, o evento de interesse seria o contato do participante com o novo coronavírus acompanhado da resposta imunológica apresentada por ele.
A Coronavac é uma vacina inativada aplicada em duas doses, com intervalo de 14 dias. Ela apresentou resultados promissores na fase 2 de desenvolvimento, com a produção de anticorpos neutralizantes em 90% dos participantes que receberam a imunização.