O que novo ministro da Saúde pensa sobre o combate ao coronavírus
Em artigo publicado no início do mês, Nelson Teich defendeu “isolamento inteligente” para evitar a polarização entre saúde e economia
atualizado
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O oncologista Nelson Teich, que substituirá Luiz Henrique Mandetta, no Ministério da Saúde, publicou artigo recente, na rede social Linkedin, no qual critica a polarização entre saúde e economia e defende um “isolamento inteligente”.
“Vamos começar falando sobre a polarização que está acontecendo entre a saúde e a economia. Esse tipo de problema é desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem antagônicas”, anotou.
“A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e empresas, entre o bem e o mal”, defendeu.
Isolamento horizontal X isolamento vertical
Antes de virar ministro, Teich evitou criticar diretamente Mandetta e disse que o isolamento horizontal, com restrições de atividades não essenciais era a melhor maneira de enfrentar a Covid-19 no momento.
“Diante da falta de informações detalhadas e completas do comportamento, da morbidade e da letalidade da Covid-19, e com a possibilidade do Sistema de Saúde não ser capaz de absorver a demanda crescente de pacientes, a opção pelo isolamento horizontal, onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento.”
O isolamento vertical, que foi aventado pelo presidente Bolsonaro e preconiza as medidas de restrição social apenas dos grupos de risco, seria uma estratégia frágil pois as pessoas isoladas acabariam sendo contaminadas por seu círculo próximo.
Coreia do Sul
Para Teich, entretanto, o ideal seria um “isolamento inteligente”, com testagem em massa e monitoramento feito pelas empresas de telefonia celular, seguindo o exemplo da Coreia do Sul. “Essa estratégia demanda um conhecimento maior da extensão da doença na população e uma capacidade de rastrear pessoas infectadas e seus contatos. Estamos falando aqui do uso de testes em massa para Covid-19 e de estratégias de rastreamento e monitorização, algo que poderia ser rapidamente feito com o auxilio das operadoras de telefonia celular.”