O que já se sabe sobre a Delta Plus, nova mutação do coronavírus
Até agora 30 países no mundo já registraram casos de infecção por essa nova cepa. Receio é que ela seja mais contagiosa do que a Delta atual
atualizado
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No rastro de alta transmissão da variante Delta, que está alarmando países onde já se celebrava o fim da pandemia, surge a “irmã” da cepa. Conhecida pelo nome científico AY.1, a Delta Plus chega com grandes chances de ser ainda mais perigosa do que a Delta.
A comunidade científica, que luta há mais de um ano para conter o coronavírus, está preocupada com a Delta Plus, porque é comum que os vírus desenvolvam mutações para se tornarem mais resistentes e transmissíveis.
Registros de contágio pela Delta Plus já somaram 400 casos ocorridos em pelo menos 30 países, entre os quais Reino Unido, Estados Unidos, Portugal, Índia, Nepal, China e recentemente também na Coreia do Sul. Os dados indicam que esses casos são predominantes entre os mais jovens, o que pode ser resultado de taxas de vacinação mais baixas nesse grupo na maioria dos países.
Cientistas têm buscado investigar e entender essa nova cepa e já oferecem algumas respostas, segundo reportagem do jornal britânico The Sun divulgada na quinta-feira (5/8).
Diferença
Originalmente, a Delta Plus recebeu o nome de “variante de Nepal” porque ela foi identificada em maior número nesse país. Ela recebeu a mesma denominação grega da Delta porque são geneticamente semelhantes. Mas como o nome sugere, a versão Plus tem a adição de uma mutação no código genético da proteína spike, responsável por possibilitar a entrada do vírus na célula.
Essa mutação é identificada pelo código K417N. De acordo com Jeff Barrett, diretor da Covid-19 Genomics Initiative, vinculado ao Wellcome Sanger Institute, no Reino Unido, essa mutação também é encontrada na variante Beta. “Acredita-se que essa mutação é parte do motivo pelo qual a variante Beta é menos neutralizada por vacinas”, explicou o pesquisador.
Ainda não há consenso científico de que a variante Delta Plus é de fato mais contagiosa e se dissemine mais rápido do que a Delta. Na Índia, porém, a Plus foi classificada como “variante de preocupação”, pois autoridades informaram que ela tinha mais facilidade para infectar as células pulmonares e driblar os anticorpos, incluindo os proporcionados pelas vacinas atuais.
Os sintomas mais comuns da Covid-19 causada por essa variante são semelhantes aos da Delta e do coronavírus original: dores de cabeça, fadiga, coriza e dor de garganta, bem como espirros, incluindo pessoas vacinadas.
Sem distinção
Essa variante ainda não recebeu um nome oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) registram a Delta Plus sem distinguir da Delta.
Os dados disponíveis especificamente sobre a Delta Plus são acessados no rastreador Outbreak.info, do instituto de pesquisa Scripps Research, nos Estados Unidos. Os países que lideram os casos desta variante até o momento são Estados Unidos (127), Reino Unido (43) e Índia (22).
A reportagem consultou o Ministério da Saúde sobre registros no Brasil, mas ainda não obteve resposta até a publicação.
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