Saiba o que é adenomiose, doença que levou Gretchen a retirar o útero
Cantora de 65 anos revelou que precisou remover o útero por completo devido à adenomiose, doença benigna que afeta camada muscular do órgão
atualizado
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A cantora Gretchen, de 65 anos, passou por uma cirurgia para retirar do útero, na manhã desta terça-feira (20/2), após receber o diagnóstico de adenomiose. A doença é caracterizada pela infiltração do endométrio, que é a camada interna do útero, no miométrio, a camada muscular.
Momentos antes da cirurgia, Gretchen usou as redes sociais para tranquilizar os fãs e enfatizar confiança na equipe médica. “Quero dizer pra vocês que estou bem, confiante, e incentivando sempre as mulheres a se cuidarem. Estou indo fazer essa cirurgia de adenomiose, exatamente porque me cuidei, fiz todos os acompanhamentos, é benigno”, destacou.
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a adenomiose atinge entre 31% e 61% das mulheres e costuma aparecer entre os 40 e os 50 anos. A condição também pode afetar mulheres mais jovens que tenham sangramento uterino anormal e dismenorreia (cólicas antes do período menstrual).
“O útero é dividido em três camadas: a serosa, a camada que o recobre; o miométrio, uma camada muscular intermediária; e o endométrio, a parte mais interna do útero. O adenomioma é quando o tecido endometrial vai parar no miométrio, ou seja, o tecido que reveste o útero vai parar na musculatura do útero. A essa condição damos o nome de adenomiose”, explica o ginecologista André Vinícius.
Ele acrescenta que a doença pode não apresentar sintomas, mas, em alguns casos, a adenomiose se manifesta com:
- Infertilidade;
- Cólicas menstruais intensas;
- Aumento do fluxo menstrual e dos dias de período (a paciente que antes menstruava 3, 4 dias, passa a menstruar, 6, 7, 8 dias).
Diagnóstico e tratamento da adenomiose
A doença é diagnosticada por meio de exames de imagem. “O ultrassom permite identificar um miométrio irregular, ou que o útero está com o tamanho maior que o normal, pois a infiltração do tecido endometrial do miométrio pode aumentar o volume do útero”, afirma Vinícius. Ele acrescenta que a ressonância magnética também pode ajudar a identificar a doença.
Gretchen conta que estava com o útero de um tamanho equivalente a uma gestação de 20 semanas.
Para pacientes que apresentam cólicas muito intensas, é possível ajustar medicamentos para o controle do sintoma. Em mulheres com sangramento uterino normal, é possível fazer um bloqueio hormonal que, geralmente, é o tratamento mais indicado para a adenomiose.
“Como essa doença é localizada dentro do útero, a colocação do dispositivo intrauterino (DIU) medicado com levonorgestrel tem uma ação muito interessante, pois diminui as cólicas menstruais da paciente e diminui o fluxo também”, afirma o ginecologista.
A prática de um estilo de vida mais saudável , com a prática regular de atividade física, alimentação leve e equilibrada e o controle de estresse, são formas complementares de tratamento.
Quando a cirurgia é indicada
Existem casos em que a doença possui pontos focais, o que permite a realização de uma cirurgia para retirada apenas das regiões de foco para preservar o útero. Segundo o especialista, ela é ideal para pacientes que querem engravidar.
A histerectomia, que consiste na remoção completa do útero, como foi feito por Gretchen, é um tratamento definitivo recomendado para mulheres que não desejam engravidar e não obtiveram sucesso no controle da doença com tratamentos convencionais.
“Por se tratar de uma condição localizada na camada muscular do útero, ao removê-la, não há mais um local para que o tecido endometrial se desenvolva”, afirma Vinicius.
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