O que acontece com o corpo se você comer fritura todos os dias
As frituras devem ser evitadas na dieta. Ao mergulhar o alimento no óleo, automaticamente aumentamos o teor de gordura da comida
atualizado
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Quem resiste a uma coxinha ao passar por uma lanchonete ou a uma porção de batatas-fritas? Embora as frituras sejam deliciosos, o consumo diário oferece diversos riscos à saúde, no curto, médio e longo prazo.
Entre eles, destacam-se ganho de peso, sensação de cansaço, unhas fracas, cabelos opacos, surgimento de celulites e problemas cardíacos.
“Quando você substitui uma refeição completa — rica em fibras, carboidratos, proteínas e lipídeos — por uma coxinha, você deixa de oferecer ao organismo nutrientes fundamentais para a construção e reparação celular”, afirma a nutricionista Catharina Gomes, que atende na clínica Nutravita, em Brasília.
A endocrinologista Juliana Figueiredo, da rede Dasa no DF, explica que, ao mergulhar o alimento no óleo, automaticamente aumentamos o teor de gordura e a quantidade de calorias.
O processo de fritura também pode degradar nutrientes importantes, como vitaminas e antioxidantes, tornando os alimentos menos nutritivos.
“Além disso, durante a fritura, as altas temperaturas podem contribuir para se formar substâncias nocivas ao organismo como a acrilamida e os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, que são potencialmente cancerígenos”, afirma Juliana.
O que acontece como o corpo se comer fritura todos os dias?
A curto prazo, quando começamos a comer alimentos fritos todos os dias, podemos perceber:
- Dificuldade de digestão: alimentos fritos podem causar desconforto gastrointestinal, como indigestão e inchaço;
- Sensação de cansaço: a ingestão excessiva de alimentos ricos em gordura causa flutuações de energia, levando à fadiga e mudanças de humor;
- Acne: o maior consumo de gordura contribui para o aumento da oleosidade da pele e, por conseguinte, para o surgimento de acne.
A médio prazo os efeitos começam a ser mais expressivos, como:
- Distúrbios do colesterol, com aumento do LDL (o colesterol ruim);
- Inflamação do corpo, resultando em inchaço e desconforto;
- Ganho de peso.
A nutricionista Catharina Gomes explica que ao consumir alimentos ricos em gordura, é fácil extrapolar a quantidade de calorias diárias indicadas, pois apenas um grama de gordura equivale a 9 calorias.
“A obesidade e o sobrepeso estão associados a diversas doenças, isso se dá porque o tecido adiposo (nosso estoque de energia) torna-se inflamatório quando em quantidades aumentadas, levando a desregulações metabólicas”, afirma.
A longo prazo, o consumo diário de frituras aumenta o risco de doenças crônicas, como:
- Diabetes tipo 2;
- Hipertensão;
- Doenças cardiovasculares.
A gordura ruim (monossaturada) pode causar aterosclerose, que é a formação de placas de gordura que se depositam nas artérias do coração.
Conforme essa gordura aumenta, ela pode obstruir as artérias coronárias, culminando em um infarto agudo do miocárdio, de acordo com a cardiologista Stephanie Mares, do Hospital Brasília Águas Claras.
Como reduzir a fritura da alimentação
Os lanches fritos costumam ser justificados pela falta de tempo ou pela inabilidade em preparar a própria comida. Para a endocrinologista Juliana Figueiredo, o planejamento das refeições, o preparo dos alimentos que serão consumidos ao longo da semana e a adoção de outros métodos de cozimento são soluções para diminuir a quantidade de frituras na alimentação.
“Em geral, não existem alimentos proibidos, deve haver uma programação alimentar equilibrada, em que tanto as calorias diárias, como a necessidade de micro e macronutrientes sejam atendidas. Um estilo de vida saudável é constituído pela alimentação balanceada, atividade física regular, hidratação adequada, cuidados com o sono e a saúde mental”, completa a médica.
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