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O que acontece com o corpo se você ficar um mês sem comer açúcar

Profissionais explicam os efeitos da retirada do açúcar da alimentação a curto e longo prazo. Confira os impactos e como substituir o doce

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Uma mulher está determinada a perder peso recusando lanches doces e ricos em amido. A jovem recusa donuts doces e prefere vegetais frescos e saudáveis.
1 de 1 Uma mulher está determinada a perder peso recusando lanches doces e ricos em amido. A jovem recusa donuts doces e prefere vegetais frescos e saudáveis. - Foto: Getty Images

Você já parou para pensar no que aconteceria com o seu corpo se você cortasse o açúcar por um mês? Presente em uma variedade de alimentos do nosso dia a dia, uma dieta sem açúcar pode parecer um desafio, mas os efeitos dessa mudança no organismo podem ser surpreendentes.

A nutricionista Carol Brito, professora do curso de nutrição da Faculdade Anhanguera de Anápolis (GO), diz que ao retirar o açúcar da alimentação repentinamente, a pessoa pode apresentar irritabilidade e dor de cabeça, mas o desconforto deve passar em cerca de três dias.

“A falta da substância pode causar estresse e ansiedade, pois o açúcar gera uma alta quantidade de dopamina e endorfina, hormônios que dão sensação de prazer”, informa.

Ao fazer a retirada do açúcar, o corpo sente a ausência do doce e aumenta os níveis do hormônio cortisol, que em quantidades altas gera irritabilidade. No entanto, após esse primeiro momento de dificuldade, vem a “parte boa”.

“Acontece a redução do estresse, normaliza o humor e a pessoa começa a ter diminuição de retenção de líquido e do inchaço abdominal, regulação de fome e saciedade, além da melhora no perfil glicêmico e na digestão”, explica.

Com o passar dos dias, o corpo se adapta a outros tipos de carboidratos que não o açúcar, que a profissional complementa que o corpo não precisa. Existem outras fontes melhores de carboidratos, como frutas e verduras.

“O açúcar pode causar diabetes e doenças cardíacas, além de diminuir a absorção de nutrientes, deixando a pessoa com aspecto depressivo e ansioso. A sua retirada favorece a melhora física e mental. Por não ter picos de dopamina, é normal sentir melhora na concentração e qualidade de sono também”, observa Carol.

O médico endocrinologista e metabologista Gustavo Francklin, que atende em Brasília, explica que, por ser um carboidrato com alto índice glicêmico, o açúcar é absorvido de forma muito rápida e causa uma grande liberação de insulina pelo pâncreas, podendo desencadear acúmulo de gordura corporal.

“Não é somente aquele branco que compramos no supermercado, o açúcar está em diversos alimentos, principalmente nos industrializados. O excesso de carboidratos em nosso organismo ocasiona diversas doenças, como a obesidade, diabetes, hipertensão, colesterol alto e alguns tipos de câncer”, afirma.

Francklin diz que o carboidrato deve fazer parte da nossa dieta diária, mas é importante atentar-se para não exagerar. “A quantidade ideal a ser ingerida deve ser calculada mediante o metabolismo de cada um, necessidades diárias e patologias associadas”, observa.

Foto de stock de Excess of sugar / excesso de açucar
O consumo excessivo de açúcar pode levar ao ganho de peso e ao aumento dos níveis de glicose no sangue, fatores de risco importantes para o diabetes tipo 2

Confira os impactos do corte do açúcar para o corpo

O endocrinologista diz que eliminar o açúcar da dieta pode ter impactos significativos no nosso corpo, tanto a curto quanto a longo prazo. Algumas das implicações mais relevantes são:

Imediatamente após parar de comer açúcar
  • Melhora dos níveis de insulina: sem a ingestão de açúcar refinado, o corpo não precisa produzir tanta insulina para controlar a glicose no sangue;
  • Melhor resposta anti-inflamatória: a hiperglicemia constante afeta a função dos leucócitos, prejudicando processos inflamatórios e de cicatrização;
  • Redução do inchaço: sem a necessidade de reter líquidos para diluir o açúcar, é comum sentir menos inchaço.
Após um mês sem açúcar
  • Melhora da imunidade: o consumo frequente de açúcar inibe a capacidade das células de defesa contra invasores. Após um mês sem açúcar, o sistema imunológico tende a se fortalecer;
  • Benefícios estéticos e de saúde: você pode notar melhora na disposição, sono e até perda de peso;
  • Melhora intestinal: acontece uma restauração da parede intestinal, onde é realizada a absorção de vitaminas e minerais. Bactérias ruins se alimentam e se proliferam por meio do açúcar no organismo. Ao retirar a substância, esse desequilíbrio é corrigido.
Efeitos a longo prazo
  • Redução do risco de doenças: eliminar o açúcar pode ajudar a prevenir obesidade, diabetes e hipertensão;
  • Melhora na saúde da pele: o envelhecimento da pele pode ser retardado;
  • Estabilidade hormonal: a ausência de açúcar pode influenciar positivamente os níveis hormonais;
  • Saúde mental e cognitiva: alguns estudos sugerem que reduzir o açúcar pode beneficiar a função cerebral.

Como substituir o açúcar na dieta?

A nutricionista Carol explica que o ideal é reduzir o consumo de açúcar aos poucos para o corpo ir se acostumando e a pessoa não precisar substituir a sensação de doce por outros produtos artificiais.

“Por exemplo, se o indivíduo usa duas colheres de açúcar para adoçar o café, passe a utilizar uma colher e meia, e depois de alguns dias coloque só uma colher, e depois só metade da colher, até conseguir beber sem açúcar”, ensina.

A especialista diz que a substituição do açúcar por adoçantes artificiais não é uma boa estratégia a longo prazo para a saúde metabólica.

“Mas para quem está na transição, é possível trocar o açúcar por adoçantes como sucralose, estévia e xilitol, que são os mais comuns em mercados. Outra opção para educar o paladar é ter mais contato com o sabor integral dos alimentos doces e comer a fruta sem adicionar doces”, esclarece.

Ela afirma que o ideal é deixar para consumir alimentos ricos em açúcar em momentos especiais e não todos os dias. “O melhor é consumir mais frutas e alimentos naturais que têm sabor doce. É uma transição, não é fácil, mas não é impossível, requer paciência e perseverança”, completa.

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