Novos neurônios podem restaurar memória em pacientes com Alzheimer
Cientistas descobriram que, em camundongos, elevar a produção de neurônios pode ser benéfico para recuperar armazenamento de memórias
atualizado
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Um estudo publicado na revista científica Journal Experimental Medicine por cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, revelou que o aumento da produção de neurônios pode restaurar a memória de pacientes com Alzheimer. A pesquisa foi publicada na última sexta-feira (19/8) e representa uma estratégia possível para o tratamento da doença.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, 1,2 milhão de pessoas vivem com Alzheimer e outras 100 mil são diagnosticadas a cada ano com a doença. O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que causa perdas cognitivas, como a memória. Atualmente, ainda não existe cura para a condição.
O estudo, feito com camundongos portadores de Alzheimer, impulsionou nos animais um processo chamado neurogênese, que produz novos neurônios para o cérebro. Os cientistas usaram engenharia genética para “desligar” um gene relacionado à morte de células-tronco neurais, que dão origem aos neurônios — assim, mais células cerebrais foram criadas.
Depois do procedimento, os camundongos passaram a apresentar um número maior de novos neurônios. Segundo os cientistas, as células podem se incorporar aos circuitos neurais e recuperar a função de armazenamento de memórias. Os animais passaram em dois testes diferentes, atestando que as falhas na memória em decorrência do Alzheimer podem estar associadas a erros na neurogênese.
Os cientistas também fizeram o processo contrário. Eles inativaram os neurônios recém-formados nos camundongos com Alzheimer e, com isso, foi observada a perda dos benefícios da elevação da neurogênese, impedindo qualquer tipo de melhora na memória dos animais.
“No entanto, o papel dos neurônios recém-formados na formação da memória e se os defeitos na neurogênese contribuem para as deficiências cognitivas associadas ao Alzheimer não são claros”, explica o professor Orly Lazarov, um dos autores do estudo, ao site EurekAlert.
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