1 de 1 Estrutura do óxido de zinco modificado com a proteína spike em interação com os anticorpos - Metrópoles
- Foto: Karin Regina Leite de Oliveira/DK design
Pesquisadores brasileiros do Centro de Ciências Naturais e Humanas da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Paulo, desenvolveram um método rápido e relativamente barato de identificar a presença de anticorpos contra o coronavírus em amostras de sangue.
O resultado é apresentado em apenas cinco minutos e poderá auxiliar ações de saúde pública para monitorar a eficácia de diferentes programas e campanhas de vacinação, além de entender os índices de imunidade da população.
O trabalho da equipe do químico Wendel Alves, professor do UFABC e principal autor do estudo, foi publicado com destaque na edição de setembro da revista ACS Biomaterials Science and Engineering.
O imunosensor, como é chamado, foi desenvolvido a partir da combinação de óxido de zinco combinado com FTO, um vidro condutor de elétrons, com o acréscimo da proteína spike do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19.
“Por meio dessa combinação inusitada e acrescentando uma biomolécula, a proteína viral spike, foi possível desenvolver uma superfície com capacidade de detecção de anticorpos contra o vírus Sars-CoV-2”, explicou Alves.
O eletrodo criado foi capaz de detectar os anticorpos contra o coronavírus presentes nas amostras de sangue em cerca de cinco minutos. A sensibilidade do teste foi de 88,7% e a especificidade, de 100%. Os pesquisadores observam que os resultados são melhores do que o convencional ensaio de imunoabsorção enzimática (Elisa), padrão-ouro empregado atualmente.
Além das altas taxa de sensibilidade e especificidade, os cientistas destacam o custo de fabricação relativamente baixo, além de fácil produção e utilização. Eles esperam conseguir adaptar a plataforma para uma versão portátil, que teria conexão com dispositivos móveis para facilitar a detecção de anticorpos contra a Covid-19 e outras doenças infecciosas.
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Uma das estratégias de enfrentamento da pandemia de Covid-19 é a vigilância epidemiológica, com o registro e a observação sistemática de casos suspeitos ou confirmados da doença, a partir da realização de testes
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Segundo especialistas, para se ter um controle da doença e conter a disseminação do vírus, é importante testar, cada vez mais, a população
Aline Massuca/Metrópoles
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Secretaria de Saúde diz que não faltam testes de Covid-19 no DF
Breno Esaki/Agência Saúde-DF
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RT PCR: considerado “padrão-ouro” pela alta sensibilidade, o teste é usado para o diagnóstico da Covid-19. Ele detecta a carga viral até o 12º dia de sintomas do paciente, quando o vírus ainda está ativo no organismo. O resultado é entregue em, aproximadamente, três dias
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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O teste utiliza a biologia molecular para detectar o vírus Sars-CoV-2 na secreção respiratória, por meio de uma amostra obtida por swab (cotonete)
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Teste salivar por RT-PCR: utiliza a mesma metodologia do RT-PCR de swab e conta com precisão de mais de 90% para o diagnóstico da doença ativa. O procedimento deve ser feito nos sete primeiros dias da doença em pacientes com sintomas
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PCR Lamp ou Teste de antígeno: comumente encontrado em farmácias, o exame avalia a presença do vírus ativo coletando a secreção do nariz por meio de swab. O resultado leva apenas 30 minutos para ficar pronto, por isso, ele é indicado para situações em que o diagnóstico precisa ser rápido
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De acordo com a empresa que fornece o exame, ele possui 80% de confiança. O método empregado no teste é usado também para outras doenças infecciosas, como a H1N1
RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
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Teste de sorologia: revela se o paciente teve contato com o coronavírus no passado. Ele detecta a presença de anticorpos IgM, IGg ou IgA separadamente, criados pelo organismo das pessoas infectadas para combater o Sars-CoV-2, a partir de um exame de coleta de sangue
Shutterstock / SoonThorn Wongsaita
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O exame deve ser realizado a partir do 10º dia de sintomas. A precisão do resultado é menor do que nos testes do tipo RT-PCR. Além disso, falsos negativos podem aparecer com mais frequência
National Cancer Institute/Divulgação
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Teste rápido: o método é semelhante aos testes de controle de diabetes, com um furo no dedo. A amostra de sangue é colocada em um reagente que apresenta o resultado rapidamente
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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O teste imunológico rápido detecta a presença de anticorpos e o resultado positivo sinaliza que o paciente já sofreu a infecção pelo novo coronavírus. A confiabilidade do resultado varia muito, já que o método apresenta alta taxa de falso negativo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Teste de anticorpos totais: detecta a produção do IgM e IgG no organismo, a partir de um único exame de coleta de sangue, e não faz a distinção dos valores presentes de cada anticorpo. A precisão do resultado chega a 95%
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Teste de anticorpo neutralizante: o procedimento é indicado para a avaliação imunológica. O exame detecta os anticorpos e vê a proporção que bloqueia a ligação do vírus com o receptor da células
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Os testes foram feitos com 107 amostras de sangue separadas em quatro grupos: pré-pandemia (15); convalescentes de Covid-19 (47); vacinados sem resultado positivo anterior para a doença (25); e vacinados com resultado positivo anterior (20). Os vacinados haviam recebido duas doses de CoronaVac.
Os pesquisadores conseguiram identificar anticorpos desenvolvidos tanto pela resposta do organismo após a infecção do coronavírus quanto pela vacinação com a CoronaVac. Os cientistas informaram que pretendem expandir os testes para detectar a resposta imunológica gerada por outros fabricantes, como Pfizer e AstraZeneca.
O trabalho contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioanalítica (INCTBio), e de um projeto temático.
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