Novo gene pode explicar por que Alzheimer é mais frequente em mulheres
Pesquisadores de duas universidades nos Estados Unidos descobriram gene que pode aumentar risco de Alzheimer em pessoas do sexo feminino
atualizado
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Cientistas norte-americanos identificaram um gene que parece aumentar os riscos de Alzheimer em mulheres. A descoberta poderá explicar o porquê de pessoas do sexo feminino serem mais diagnosticadas com a doença. O gene, conhecido como MGMT, tem um papel importante na reparação do DNA humano, e o estudo descobriu que ele também está associado ao desenvolvimento de duas proteínas (beta-amilóide e tau) consideradas biomarcadores para a demência.
A ciência ainda não sabe exatamente por que o Alzheimer se desenvolve, e nem quem são os pacientes em grupo de risco. A doença é caracterizada pela formação de placas com pedaços da proteína beta-amilóide no cérebro, que são tóxicas e acabam danificando os neurônios. A condição é considerada a doença neurodegenerativa mais comum do mundo.
Porém, a pesquisa só encontrou relação entre o gene MGMT e o Alzheimer em mulheres. A chefe do departamento de genética biomédica da Universidade de Boston, EUA, Lindsay Farrer, disse à CNN Internacional que a descoberta é uma das associações mais fortes de um fator genético de risco da doença para pacientes do sexo feminino.
O fator genético de risco para o desenvolvimento da doença em pessoas com mais de 65 anos é o gene APOE ε4, que é mais frequente em mulheres. Porém, existem pacientes sem a expressão do gene, mas que apresentam os sintomas de Alzheimer. A pesquisa americana mostra que as pacientes sem o APOE ε4, mas com o MGMT, podem ser diagnosticadas com a condição.
“Por causa de fatores genéticos como esses e outros riscos específicos, como a redução do hormônio estrogênio durante a menopausa, as pacientes do sexo feminino podem desenvolver a doença com mais frequência”, completou o diretor da Clínica de Prevenção ao Alzheimer na Florida Atlantic University, Richard Isaacson. Ele acredita que a descoberta do MGMT é a “peça que faltava nas predições de risco para mulheres”.
A descoberta do novo gene foi feita em dois grupos separados: o primeiro, na Universidade de Chicago, que analisava as características genéticas de um grupo de mulheres rurais em dois estados norte-americanos quando descobriu a existência do MGMT. Essas mulheres pertencem a uma comunidade fechada, que realiza casamentos entre si e, por isso, tem registros genealógicos extensos e poucas variações genéticas.
O segundo grupo, na Universidade de Boston, foi contatado logo depois para tentar replicar os resultados dos primeiros pesquisadores. Porém, para a surpresa dos pesquisadores, eles já estavam conduzindo um estudo parecido, e chegaram ao mesmo gene.
O estudo conjunto foi publicado nessa quinta-feira (30/6) no periódico The Journal of the Alzheimer’s Association. Entretanto, os pesquisadores informam que mais estudos devem ser feitos para melhores conclusões.
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