Obesidade: o que 2024 trouxe de novo no combate à doença
O tratamento do sobrepeso e obesidade vem passando por uma transformação com a nova geração de medicamentos injetáveis
atualizado
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Em um cenário mundial no qual quatro em cada dez adultos estão acima do peso, os remédios contra a obesidade continuaram conquistando o topo da atenção dos consumidores, da comunidade médica e da indústria farmacêutica em 2024.
No Brasil, uma nova versão do Ozempic chegou às farmácias. Também fabricado pela Novo Nordisk, o Wegovy promove a perda de peso de maneira mais rápida e eficaz que o antecessor por conta das doses maiores de semaglutida disponíveis na caneta aplicadora.
O Wegovy é o primeiro medicamento aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de sobrepeso e obesidade no Brasil. A indicação do Ozempic é para o tratamento de diabetes tipo 2, mas o princípio ativo é o mesmo.
O Mounjaro, por sua vez, deve chegar ao mercado brasileiro só no ano que vem. Fabricado pela farmacêutica Eli Lilly, o remédio tem como princípio ativo a tirzepatida, e vem apresentando resultados ainda melhores para o emagrecimento. O remédio foi aprovado pela Anvisa em setembro de 2023, mas a alta demanda em outros países ainda não permitiu que ele fosse comercializado aqui.
Estudos clínicos mostraram que os usuários do Monjaro perdem, em média, 20,2% do peso corporal, o que rendeu à medicação o apelido de “King Kong” dos remédios para emagrecimento. Para o Wegovy, a perda de peso seria entre 10 e 16% do peso inicial.
Primeiro concorrente do Ozempic no Brasil
Na última terça-feira (24/12), a farmacêutica EMS anunciou que produzirá no Brasil dois medicamentos à base de liraglutida no Brasil. O Olire, destinado ao tratamento de obesidade, e o Lirux, voltado ao controle da diabetes tipo 2, devem chegar às farmácias em 2025.
A expectativa é que a produção nacional dos medicamentos dessa categoria facilite o acesso à população e torne os similares mais baratos.
Benefícios secundários
Em 2024, foram divulgadas várias pesquisas que atribuíram à nova geração de medicamentos para emagrecimento efeitos positivos relacionados ao tratamento de outras condições clínicas.
“Os benefícios adicionais do Ozempic e de seus similares são de grande importância, já que muitos pacientes com obesidade sofrem de comorbidades, aumentando o risco de complicações graves de saúde”, explicou a médica Andrea Pereira, co-fundadora da ONG Obesidade Brasil, que presta assistência a pacientes com a condição, em entrevista anterior ao Metrópoles.
Em outubro, a American Heart Association, que reúne os cardiologistas norte-americanos, incluiu Ozempic e similares na lista dos remédios capazes de reduzir o risco de acidente vascular cerebral (AVC).
De acordo com a associação, os ensaios clínicos mostraram que os medicamentos agonistas do GLP-1, que agem no controle da saciedade e do açúcar no sangue reduziram o risco de AVC em pacientes com diabetes em até 20%.
Uma pesquisa publicada em julho, no jornal JAMA Network Open, descobriu que pessoas com diabetes tipo 2 em tratamento com medicamentos de GLP-1 tinham significativamente menos probabilidade de serem diagnosticadas com 10 dos 13 tipos de câncer associados à obesidade em comparação às pessoas que tomavam insulina.
De acordo com os pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Case Western Reserve e do Sistema MetroHealth, os medicamentos tiveram benefícios semelhantes aos observados quando o paciente faz mudanças significativas no estilo de vida e realiza a cirurgia metabólica-bariátrica.
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