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Nove em cada 10 pacientes sofrem com a Covid persistente, diz estudo

Mulheres com menos de 50 anos apresentaram cinco vezes mais episódios de problemas de visão e de mobilidade após a alta hospitalar

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mulher deitada na cama tossindo covid coronavírus gripe
1 de 1 mulher deitada na cama tossindo covid coronavírus gripe - Foto: Andrea Piacquadio/Pexels

Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Glasgow, no Reino Unido, descobriu que os sintomas da chamada Covid-19 persistente permanecem por meses após a infecção em nove em cada 10 pacientes. Dos 325 pacientes ouvidos pelo estudo, 93% relataram ter sofrido pelo menos um sintoma da infecção três meses após terem se livrado do vírus.

A equipe analisou pessoas que precisaram ser internadas entre 5 de fevereiro e 4 de outubro de 2020. Os sintomas mais comuns relatados foram fadiga (77%) e falta de ar (54%), mas quase um quarto sofreu problemas mais sérios envolvendo visão, memória ou função cerebral. O trabalho foi submetido ao Grupo de Aconselhamento Científico do Governo para Emergências (Sage, da sigla em inglês) em 25 de fevereiro deste ano.

De acordo com a avaliação da Sage, o estudo mostrou três principais síndromes (conjuntos de sintomas) associadas à Covid-19 persistente. O primeiro grupo inclui fadiga, falta de ar ao fazer esforço físico, dor de cabeça, tontura, dor muscular, dor nas articulações, distúrbio do equilíbrio e fraqueza dos membros.

“A segunda [síndrome] está associada à primeira e inclui dores musculares, dores nas articulações, distúrbios do equilíbrio e fraqueza dos membros”, diz o relatório. O terceiro grupo inclui perda de olfato, paladar, dificuldade para urinar, perda de peso e distúrbio do apetite.

Todos os pacientes que participaram do estudo foram hospitalizados — portanto, apresentaram quadros mais severos da infecção por Sars-CoV-2. Os indivíduos que precisaram receber oxigênio no hospital tinham quatro vezes mais chances de relatar uma recuperação incompleta, segundo a pesquisa.

A maioria dos entrevistados era formada por homens (59%), com idade média de 59 anos. Metade dos que responderam à pesquisa se recuperaram do tratamento hospitalar entre seis e nove meses após receberem alta do hospital.

Os pacientes mais jovens foram os mais propensos a relatar sintomas persistentes da Covid-19 e dificuldades contínuas. O estudo, contudo, não explicou esta tendência. Quase um quarto (24%) de todos os entrevistados relatou sofrer alguma deterioração de longo prazo na visão, no andar, na memória, no autocuidado ou na fala.

As mulheres foram ligeiramente mais propensas a sentir que não haviam se recuperado do coronavírus (57%) do que os homens (54%) nos meses seguintes à infecção. Os problemas de visão e de mobilidade após a hospitalização foram observados cinco vezes mais entre as participantes do sexo feminino com menos de 50 anos.

Veja como o coronavírus ataca o corpo:

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