1 de 1 ilustração de cientistas estudando e criando uma vacina - Metrópoles
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Um grupo internacional de pesquisadores unidos para criar uma vacina contra o HIV publicou, nessa quinta (1º/12), os primeiros resultados positivos do estudo clínico que testa a fórmula. Segundo o texto, um regime de duas doses do imunizante desencadeou resposta do sistema imunológico contra o vírus causador da aids em 97% dos participantes.
O estudo ainda está na primeira fase, mas a comunidade científica recebeu os dados com animação. A fórmula funciona de maneira diferente de outras vacinas contra o HIV — dessa vez, a intenção é estimular um tipo de anticorpo neutralizante que nunca foi ativado via imunização e foi capaz de proteger o corpo contra o vírus e qualquer uma de suas variantes.
“Aprender como induzir os anticorpos amplamente neutralizantes contra patógenos com alta diversidade antigênica, como HIV, influenza, o vírus da hepatite C ou os da família betacoronavírus, representa um grande desafio para o desenvolvimento de uma vacina. Essa fórmula oferece uma estratégia potencial para resolver o problema”, escrevem os pesquisadores no estudo.
A Iniciativa Internacional para a Vacina da Aids, responsável pelo estudo, é formada por cientistas da Scripps Research, Fred Hutchinson Cancer Center, Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e Suécia.
Participaram da pesquisa 48 adultos saudáveis, entre 18 e 50 anos — parte deles recebeu uma dose de 20 mg da vacina e, oito semanas depois, outra dose equivalente do imunizante com um adjuvante. O restante dos voluntários tomou duas doses de placebo com o mesmo intervalo. Os que tomaram a vacina tiveram ativação dos anticorpos amplamente neutralizantes.
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HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida
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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids
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Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico
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O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas
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O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais
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Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
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A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos
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O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus
Arthur Menescal/Especial Metrópoles
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Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus
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O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses
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O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais
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Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV
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É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo
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Não foram reportados eventos adversos sérios, e nenhum dos participantes adquiriu HIV durante o tempo do estudo. Quase todos os voluntários sentiram dor leve no local da aplicação, dor de cabeça ou mal estar que se resolveram em um ou dois dias.
As próximas fases do estudo vão tentar definir quanto tempo a imunidade dura e se é preciso incluir reforços na vacina.
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