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Pesquisadores atribuem surtos de oropouche à nova variante do vírus

Pesquisa publicada no portal medRxiv associou crescimento de casos de oropouche à disseminação de nova variante

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INPA/Reprodução/L.P.C. Carvalho
Imagem de microscópio retrata o mosquito Culicoides paraenses, transmissor da febre oropouche - Metrópoles
1 de 1 Imagem de microscópio retrata o mosquito Culicoides paraenses, transmissor da febre oropouche - Metrópoles - Foto: INPA/Reprodução/L.P.C. Carvalho

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam que o surgimento de uma nova linhagem do vírus oropouche (Orov) pode explicar aos surtos da doença que vem ocorrendo na região desde 2022.

Após realizarem o sequenciamento genômico de 382 amostras do vírus provenientes de pacientes de diferentes estados da região, eles notaram a prevalência de uma linhagem do vírus que surgiu entre 2010 e 2014 e se espalhou de forma discreta nos anos seguintes.

O vírus é transmitido por mosquitos, principalmente pelo Culicoides paraensis, conhecido como maruim.

Na última quinta-feira (25), o Ministério da Saúde confirmou duas mortes por febre oropouche no Brasil. Até então, não havia registros de mortes causadas pela doença em nenhuma parte do mundo.

Mistura de cepas

A pesquisa foi publicada no portal medRxiv e ainda precisa passar pela revisão de pares. A nova linhagem junta partes de uma cepa identificada na região leste da Amazônia entre 2009 a 2018 com partes de outra cepa identificada no Peru, Colômbia e Equador entre 2008 e 2021.

Segundo os pesquisadores, a disseminação foi impulsionada principalmente por movimentos de curta distância, condizentes com os padrões de voo dos mosquitos infectados. No entanto, também houve migrações de longa distância (mais de 10 km), atribuíveis à dispersão viral devido a atividades humanas.

“O período de disseminação silenciosa da nova cepa recombinante do OROV coincide com uma alta frequência de inundações severas na bacia amazônica. A atual epidemia da doença, de novembro de 2022 a março de 2024, foi antecedida por inundações sem precedentes na região sudoeste da Amazônia durante 2020-2021, resultantes de um raro evento La Niña ocorrido entre 2020 e 2023”, disseram os autores no artigo.

Dispersão silenciosa

Os cientistas apontam uma dispersão silenciosa de curto prazo da variante na década de 2010 até a sua detecção pela primeira vez na cidade de Tefé (AM), em 2015, e, mais tarde, na Guiana Francesa, em 2020.

De acordo com os pesquisadores, ainda não há evidências indicando que a nova linhagem é mais infecciosa.

Os pesquisadores afirmam que as mudanças climáticas extremas se tornaram mais constantes na Amazônia, e isso pode ter alterado a a dinâmica de transmissão endêmica e epidêmica do vírus.

Eles ressaltam ainda que serão necessários mais estudos para relacionar o potencial replicativo e infeccioso entre as linhagens do vírus em circulação e para testar se as mutações podem impactar na capacidade infecciosa do vírus.

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