Noite sem dormir aumenta proteína que desenvolve Alzheimer
Pesquisa feita na Suécia detectou acréscimo de 17% na proteína tau, ligada ao desenvolvimento da doença degenerativa
atualizado
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Virar apenas uma noite sem dormir pode ser suficiente para ter uma alta na quantidade da proteína tau, relacionada ao desenvolvimento do Alzheimer, de acordo com novo estudo feito na Uppsala University, na Suécia. Os especialistas analisaram 15 homens com cerca de 22 anos que dormiam entre sete e nove horas por noite.
Os participantes foram observados em uma clínica do sono por dois dias. Amostras de sangue foram coletadas de manhã e à noite. Metade dos homens pôde dormir as duas noites e a outra permaneceu acordada jogando videogame, conversando ou assistindo a filmes.
Analisando as amostras de sangue, os pesquisadores detectaram que os homens que não dormiram tiveram um aumento de 17% nos níveis da proteína tau depois de apenas uma noite, enquanto aqueles que descansaram tiveram um aumento de 2%.
“Nosso estudo exploratório mostra que, até em indivíduos jovens e saudáveis, perder uma noite de sono aumenta os níveis de tau no sangue. Isso sugere que, com o passar do tempo, essa privação de sono pode ter efeitos degenerativos”, diz Jonathan Cedernaes, autor do estudo, ao Daily Mail.
O pesquisador afirma que outros estudos são necessários para investigar quanto tempo com os níveis de tau elevados pode levar ao Alzheimer ou à demência.
A médica Sara Imarisio, chefe do grupo de pesquisa de Alzheimer do Reino Unido diz que o resultado é interessante para começar a entender a relação do sono com a doença, mas que o estudo é pequeno e só abrange homens. “Além disso, os cientistas só compararam os níveis de tau depois de uma noite não dormida e não fica claro se essas mudanças bruscas e curtas são relevantes para o risco de alguém desenvolver Alzheimer”, pondera.