Nº 2 da Saúde afirma que vacinação separada prejudica estratégia nacional
Secretário-executivo do ministério declarou que movimento de governadores pela Coronavac atrapalha programa de Estado
atualizado
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Apesar de vários estados, além de São Paulo, estarem organizando a compra da Coronavac com o Instituto Butantan para imunizar suas populações contra a Covid-19 antes do plano nacional de imunização do governo federal, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirma que este movimento é “indesejado”.
“Vacina deve ser uma iniciativa de Estado, de toda a nação brasileira, unindo esforços de governo federal, estados e municípios, de maneira sincronizada, com a maior cobertura possível para toda a população”, afirmou o secretário, em entrevista coletiva na noite desta quinta (10/12).
Segundo ele, o maior desafio, caso a vacinação estadual comece antes da federal, será rastrear quem já tomou a vacina para evitar que a pessoa receba duas vezes. “É importante saber qual vacina a pessoa vai tomar. Não teve estudo e há risco de reação adversa grave para quem toma doses diferentes. A carteira nacional de vacinação é essencial para acompanhar, independente de iniciativas municipais”, explica Franco.
O secretário afirma ainda que seria “leviano” marcar uma data definitiva para o início da vacinação, uma vez que as vacinas dependem de registros na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e nenhuma das empresas que estão produzindo imunizações já iniciou este processo.
“Temos acompanhado e conversado todos os dias com as empresas sobre a quantidade de doses, condição, preço. Temos buscado opções para diversificar, mitigar riscos e conseguir mais doses no menor tempo possível. Mas não temos como atropelar o órgão regulador que traz segurança para cada cidadão”, afirmou.
Franco lembrou ainda que o governo não pretende imunizar 100% da população, e que grupos que não participaram de estudos em fase 3, como gestantes, não estão previstos no plano até o momento. O documento completo deve ser divulgado na próxima semana.
Pacientes dos grupos prioritários que já tiveram Covid-19 não serão vacinados na primeira fase. “Não sabemos ainda por quanto tempo eles estão imunes. Em uma segunda fase, pode ser que sejam inseridos”, explica.