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Nipah: virologista explica se há chances de o vírus chegar no Brasil

Virologista explica o risco que o vírus Nipah representa para o país e destaca o grau de contágio do agente infecioso

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Desenho colorido de vírus com tons laranjas e azuis emitindo ondas em um fundo que representa cérebro de pessoa - Metrópoles
1 de 1 Desenho colorido de vírus com tons laranjas e azuis emitindo ondas em um fundo que representa cérebro de pessoa - Metrópoles - Foto: Getty Images

A Índia enfrenta um novo surto do vírus Nipah. De acordo com os dados mais recentes, até esta sexta (15/9), cinco casos e dois óbitos foram reportados no estado de Kerala. Este episódio marca o quarto surto associado ao patógeno na região indiana desde 2018.

Diante da situação, a comunidade internacional acendeu um alerta sobre o potencial pandêmico do Nipah, que consta na lista de atenção da Organização Mundial de Saúde (OMS) de patógenos com potencial pandêmico. No entanto, as chances de o vírus chegar ao Brasil são pequenas, ao menos por enquanto.

“Devemos estar atentos ao que está acontecendo na Índia para observar se houve alguma transferência a outras regiões além de Kerala”, alerta o virologista Fernando Spilki, da Universidade Feevale e coordenador da Rede Corona-Ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Ele acrescenta que, se forem mantidos os cuidados que as autoridades indianas dizem estar tomando, a tendência é que o vírus mantenha-se restrito à região. “O risco de disseminação a outros países está relacionado à falha no controle local sobre quem entra e quem sai” , afirma o virologista.

“Medidas de restrição de movimentação são fundamentais justamente pela alta capacidade de contágio, característica dos paramixovírus, como o Nipah. Eles são altamente contagiosos e bastante letais. Justamente por sua agressividade, há uma tendência de uma resposta bastante intensa de autoridades locais”, sinaliza Spilki.

Entenda o vírus Nipah

O Nipah é um agente infeccioso que é transmitido principalmente através da saliva de morcegos infectados. Ele foi inicialmente identificado em 1999 e desde então tem causado surtos esporádicos no Sudoeste Asiático.

Com uma taxa de mortalidade de aproximadamente 75%, os primeiros sintomas da infecção incluem febre, dor de cabeça, vômitos e dificuldades respiratórias. No entanto, a condição pode progredir para o inchaço do cérebro, levando o paciente ao coma ou, em última instância, à morte.

Além do contato com a saliva e as fezes de morcegos infectados, que podem ocorrer, por exemplo, ao consumir frutas não higienizadas, a transmissão também pode ocorrer pelo contato com porcos portadores do vírus.

O período de incubação do Nipah varia de quatro a 14 dias, com os sintomas geralmente se manifestando após o 20º dia de infecção. Não há, atualmente, vacina capaz de proteger contra vírus que causa inchaço no cérebro.

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