Neurocientista ensina dicas para aprender novos assuntos sem esquecer
Cérebro precisa de incentivos para realmente fixar novos conteúdos. Revisitar conteúdos é importante para garantir que não sejam apagados
atualizado
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A grande quantidade de informações às quais estamos expostos diariamente torna complicado garantir que um assunto fique retido na memória. Porém, é possível treinar o cérebro para que ele aprenda o que importa.
A neurocientista Livia Ciacci, da empresa educacional Supera – Ginástica para o Cérebro, explica que o aprendizado é a capacidade de adquirir e armazenar dados, e está intimamente ligado à memória. A aquisição da informação pode ocorrer de várias maneiras, sempre pelo estímulo de canais sensoriais, como a visão ou a audição, por exemplo.
“Após o primeiro contato, esse conteúdo fica na memória de curto prazo e pode ser recuperado em questão de horas ou de alguns dias. Para um conteúdo sair da memória de curto prazo e se tornar memória de longo prazo, é necessário acontecer um processo neurofisiológico conhecido como consolidação”, explica a neurocientista.
Ela ensina que, para garantir que o conhecimento não será esquecido, é preciso mostrar para o cérebro que ele é relevante. As duas maneiras principais são a repetição (voltar ao conteúdo várias vezes, tentando fazer conexões com outros assuntos) e o impacto emocional e/ou sensorial (a fixação de conteúdos que geram apelo emocional ou ativam os sentidos acontece com mais facilidade).
“Imagine que você estuda dois assuntos, um que não se interessa tanto e outro que gosta bastante. Será muito mais fácil consolidar as memórias do assunto que se gosta, por causa do emocional estar mais envolvido, potencializando a atenção. Mas não é impossível aprender mesmo sem ter muito interesse: nesse caso a repetição é uma boa estratégia”, ensina Ciacci.
Memórias eternas
A neurocientista conta que para uma memória ou conteúdo ficar realmente fixado por vários anos, é importante utilizá-lo de vez em quando — o cérebro tem mecanismos de limpeza, e “apaga” as memórias que não são usadas.
“Nós temos sim a capacidade de memorizar algo para sempre, mas é necessário retomar essas informações vez ou outra para reforçá-las”, afirma.