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Nem Parkinson, nem Alzheimer: conheça outros tipos comuns de demência

Neurologista Custodio Michailowsky Ribeiro explica características de outros três tipos de demências comuns

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1 de 1 cerebro-depressão-close - Foto: Pixabay/Só Notícia Boa

Cerca de um milhão de pessoas convivem com algum tipo de demência no Brasil, segundo dados da Biblioteca Virtual de Saúde, do Ministério da Saúde. A mais conhecidas é o Alzheimer – que afeta, principalmente, a memória e a capacidade de idosos se comunicarem. Outra bastante conhecida é o Parkinson, que provoca tremores, lentidão e outros prejuízos na parte dos movimentos e da locomoção.

As duas, no entanto, não são as únicas doenças degenerativas que podem acometer as pessoas. O neurologista Custodio Michailowsky Ribeiro, do Hospital Albert Sabin, de São Paulo, explica que existem outras demências que provocam mudanças de comportamento e todas elas são progressivas e sem chances de cura.

Nesses casos, a busca é por melhorar a qualidade de vida do paciente, diagnosticando o problema e tratando-o corretamente para amenizar os sintomas.

Saiba outras doenças degenerativas comuns:

Degeneração frontotemporal

A degeneração frontotemporal interfere em um dos hemisférios cerebrais, costuma ocorrer do lado esquerdo do cérebro e atinge adultos com idade acima de 50 anos. O quadro é mais comum entre mulheres e se estima-se que seja responsável por 5% a 10% dos casos de demência no país.

O principal indício são mudanças de comportamento do paciente. “Ocorrem depressão profunda, surtos psicóticos, hiperssexualidade, agressividade, dificuldade para fazer coisas da vida diária, como tomar um banho. Acontece de forma progressiva e muito rápido”, detalha o neurologista.

Um sintoma latente, segundo o médico, é a dificuldade de tomar decisões. “É comum que a pessoa sempre peça ao parceiro ou parceira para escolher a roupa, a comida. O indivíduo começa a ficar totalmente passivo”, completa. Sinais como fala e escrita prejudicada, lapsos de memória, alterações motoras e falta de cuidados pessoais e de higiene também podem aparecer.

Como o diagnóstico é feito principalmente pela mudança de comportamento, é importante que amigos e familiares estejam atentos ao sintomas e acompanhem o paciente até um geriatra, psicólogo ou até mesmo psiquiatra para o tratamento dos sintomas. Em alguns casos, podem ser indicados neurolépticos e antidepressivos.

Demência vascular

Esse tipo de demência pode aparecer em quem tem histórico de acidente vascular cerebral (AVC), pressão alta e diabetes. “Ainda é comum que os maus hábitos alimentares e a falta de cuidado com a saúde facilitem que os problemas crônicos avancem para algum tipo de demência”, lamenta Ribeiro.

O quadro é caracterizado por múltiplos infartos, quadros de isquemia ao longo da vida, que se agravam com o passar do tempo e se somam ao declínio da atividade cognitiva, como lapsos de memória e dificuldades locomotoras.

No caso da demência vascular, o tratamento é voltado para os fatores de risco, como a dislipidemia (nível elevado de gordura no sangue), hipertensão e diabetes. Para o tratamento, são indicadas as mesmas medicações para a doença de Alzheimer, além de hábitos de controle do colesterol e da obesidade, como ter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas regularmente.

Demência dos corpos de Levy

Outro tipo mais comum de demência país, segundo o neurologista, é provocada pela presença de proteínas, chamadas corpos de Lewy, em regiões importantes do córtex cerebral, provocando declínio na atividade cognitiva. O problema é responsável por 10% dos diagnósticos de demência, ficando atrás do Alzheimer (55% dos casos) e da demência vascular (25% dos casos).

Os casos começam a partir dos 60 anos e são muitas vezes confundidos com Parkinson, pois os sintomas são parecidos. Segundo o neurologista, os pacientes muitas vezes apresentam o quadro associado a manifestações psiquiátricas. “Os pacientes apresentam surtos, alucinações visuais e auditivas, que são bem característicos do problema”, aponta o médico.

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Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular
Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura
Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos
Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida
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Parkinson é uma doença neurológica caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina

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Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular

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Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura

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Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos

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Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida

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O diagnóstico é médico e exige uma série de exames, tais como: tomografia cerebral e ressonância magnética. Para pacientes sem sintomas, recomenda-se a realização de tomografia computadorizada para verificar a quantidade de dopamina no cérebro

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O Parkinson não tem cura, mas o tratamento pode diminuir a progressão dos sintomas e ajudar na qualidade de vida. Além de remédio, é necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Em alguns casos, há possibilidade de cirurgia no cérebro

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Alguns sinais iniciais do problema são transtornos de sono e dificuldades para avaliar distâncias que vão avançando a medida que a enfermidade progride no organismo. O diagnóstico deve ser feito por um neurologista, geriatra ou psiquiatra, após uma avaliação completa dos sintomas, do histórico familiar e da realização do exame físico.

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