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Plano da Nasa para recuperar amostras de Marte pode envolver até Musk

Agência espacial americana afirmou, em coletiva de imprensa, que enfrenta dificuldades para trazer amostras do planeta vermelho

atualizado

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Nasa/Reprodução
Foto da Nasa mostra a superfície de Marte
1 de 1 Foto da Nasa mostra a superfície de Marte - Foto: Nasa/Reprodução

A Nasa, agência espacial americana, afirmou que enfrenta desafios para recuperar amostras de rochas e sedimentos coletados em Marte. A hipótese originalmente aventada pela agência para recolher as amostras coletadas pelo veículo Perseverance, que chegou ao planeta vermelho em 2021, não deu certo. Agora, a equipe da instituição estuda alternativas para tentar recuperar os tubos coletados.

“É muito difícil pousar em Marte, mas é ainda mais difícil sair de lá”, resumiu Nicky Fox, gerente das missões científicas da Nasa, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (7/1). Os problemas não são apenas espaciais, mas bastante terráqueos: na prática, o programa destinado a enviar uma primeira missão tripulada a Marte em 2040 tem enfrentado consecutivos cortes de orçamento, que comprometeram a capacidade dos engenheiros de pensar soluções para contornar os problemas que foram aparecendo.

Alternativas da Nasa para sair de Marte

Dois caminhos distintos estão sendo cogitados para possibilitar o retorno das amostras; a decisão final só deve ser tomada em 2026, quando cada proposta for completamente destrinchada.

A primeira opção envolve a adaptação da tecnologia do foguete usado nas missões Curiosity e Perseverance. No entanto, essa abordagem exigiria aprimoramentos significativos, com aumento de 20% no tamanho de sua estrutura, o que também implica altos custos. A segunda alternativa é a busca de parcerias comerciais, com o uso de espaçonaves desenvolvidas por empresas particulares, como SpaceX ou Blue Origin, para pousar os equipamentos necessários.

Há a expectativa de completar o programa entre 2035 e 2039. O lançamento da missão para buscar as amostras, na melhor das hipóteses, deve ocorrer em 2030, mas a Nasa deixa a porta aberta para que o veículo só saia da Terra em 2031. Mesmo correndo contra o relógio, a agência afirma que ainda se sente confiante em cumprir a meta de lançar a primeira missão tripulada para Marte em 2040.

Financiamento é um entrave

O principal problema atual é a dificuldade de buscar o Perseverance, que tem espaço para acumular até 30 tubos de amostra em seu interior, mas que só dispõe de mais quatro espaços livres. Os custos para fazer uma aeronave não tripulada pousar e voltar são estimados entre US$ 5 bilhões e US$ 7 bilhões, a depender do plano adotado.

Neste contexto de maiores necessidades de verba, o diretor geral da Nasa, Bill Nelson, reclamou dos cortes que a agência enfrenta e diz que a restrição orçamentária vivida nos últimos anos é uma das responsáveis pelos atrasos dos projetos. Ele também falou na coletiva que ainda não teve a oportunidade de se reunir com a equipe do presidente Trump para discutir o futuro financeiro da agência.

“Acredito que o próximo governo está, sim, interessado em trazer de volta essas 30 amostras e estará disposto a investir. Ao tê-las em mãos, vamos conseguir milhões de anos de história e a possibilidade de responder às várias perguntas que a ciência faz sobre Marte há anos, como se um dia houve água e, o mais importante, se algum dia houve vida”, afirmou Nelson.

O diretor não comentou a indicação de Trump do bilionário Jared Isaacman, de 41 anos, para chefiar a Nasa a partir deste ano. Conhecido como caubói do espaço, Jared foi responsável por liderar o primeiro voo de uma tripulação totalmente privada, mas não despertou credibilidade por não ser parte da comunidade científica.

Foto mostra amostras que foram coletadas pelo veículo da Nasa em Marte
Foto mostra amostras que foram coletadas pelo veículo da Nasa em Marte

A poeira de Marte também é um desafio

Em setembro de 2024, a Nasa aceitou estudos de diversos parceiros e universidades para refinar os detalhes do projeto. As duas alternativas apresentadas são resultado dessa análise.

A nova abordagem também considera a resistência ao ambiente hostil de Marte. Os sistemas de energia baseados em radioisótopos devem substituir os painéis solares das plataformas de pouso, permitindo operação durante tempestades de poeira. Além disso, melhorias no sistema de carregamento das amostras ajudarão a proteger contra o acúmulo de poeira, simplificando a tarefa de transferência das amostras para o recipiente orbital.

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