Mutações tornaram varíola dos macacos mais contagiosa, diz estudo
Estudo feito na Universidade Livre de Berlim analisou amostras do genoma do vírus de 47 homens infectados na Alemanha
atualizado
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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, mostra evidências de que o vírus causador da varíola dos macacos sofreu mutações que deram vantagens de adaptação ao patógeno durante o atual surto global.
Até maio deste ano, a varíola dos macacos era considerada uma doença endêmica, com casos restritos a países de uma parte da África. Desde então, mais de 18 mil casos foram notificados em 78 países, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizados na quarta-feira (27/7).
Na nova pesquisa, o grupo de cientistas liderado pelo geneticista Terry Jones, do hospital Charité, vinculado à universidade alemã, analisou o genoma do vírus a partir de amostras coletadas de 47 homens com idade entre 23 e 58 anos.
As amostras foram comparadas com outros sequenciamentos feitos durante o atual surto e com genomas anteriores da varíola dos macacos. Foram encontrados genes duplicados ou deletados no material genético de um dos pacientes, além de seis genes com mutações que alteram estruturas de proteínas.
De acordo com os pesquisadores, a variabilidade na composição do gene dos ortopoxvírus está bem estabelecida. A plasticidade do genoma é especialmente pronunciada em duas regiões de repetição terminal invertida (ITR) nos terminais do genoma, contendo fatores que afetam a virulência, o que pode explicar a rápida disseminação da doença nos últimos meses.
“A modificação dessas regiões é considerada um mecanismo primário de adaptação rápida do ortopoxvírus após troca de hospedeiros, inclusive em casos humanos de MPXV na África central”, afirmam.
O resultado da pesquisa foi divulgado na segunda-feira (25/7), no portal bioRxiv, e ainda está em versão preliminar.
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