Mulheres perdem mais peso com remédios do que homens, sugere pesquisa
Estudo indica que o organismo deles responde de maneira diferente aos métodos de emagrecimento quando comparados ao das mulheres
atualizado
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Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Sidney, na Austrália, afirma que homens e mulheres perdem peso de maneiras diferentes. Enquanto eles tiveram melhor resposta a dietas e exercícios físicos, elas conseguiram maior perda de peso com medicamentos.
A divulgação da pesquisa foi feita nessa quarta-feira (19/10) e o artigo será apresentado no Congresso Internacional de Obesidade que será realizado nesta semana em Melbourne, uma das principais cidades australianas.
O trabalho científico contou com dados de cerca de 16 mil pessoas obesas ou com sobrepeso coletados em três estudos diferentes que avaliaram intervenções medicamentosas voltadas à perda de peso. Exercícios e dietas fizeram parte do programa de todos os voluntários.
“De modo geral, as mulheres perderam cerca de um quinto (20%) do peso com pílulas de emagrecimento, enquanto os homens perderam apenas 13%”, anunciou Samantha Hocking, professora da Universidade de Sidney e uma das autoras do estudo, na nota de divulgação.
Medicamentos
O primeiro artigo analisado incluiu 1.961 pessoas com sobrepeso que tinham pelo menos um problema de saúde relacionado à condição. Metade dos participantes tomaram injeções de semaglutida, medicamento vendido com o nome de Ozempic no Brasil, durante 68 semanas. Os outros voluntários receberam um placebo.
Nos resultados, os indivíduos que receberam o medicamento perderam em média 16,9% do peso, enquanto o outro grupo conseguiu emagrecer apenas 2,4%. Ou seja, uma pessoa que pesava 120kg perdeu cerca de 20kg com o uso da semaglutida.
Ao realizarem o recorte por gênero no grupo que recebeu medicamentos, os pesquisadores identificaram que as mulheres perderam um terço a mais de peso do que os homens.
O segundo trabalho contou com cerca de 3.700 adultos com sobrepeso e observou os efeitos do liraglutida, medicamento similar à semaglutida vendido no Brasil com o nome de Saxenda, em metade do grupo de participantes. O período do tratamento foi equivalente a 56 semanas. De acordo com os cientistas, as mulheres também perderam mais peso quando comparadas aos homens.
O último trabalho recrutou cerca de 10 mil indivíduos com idade acima de 55 anos, com sobrepeso ou obesidade, e que tinham diabetes tipo 2 ou uma doença cardiovascular. Parte do grupo recebeu pastilhas de sibutramina para suprimir o apetite durante um ano.
Ao final do teste, esses indivíduos perderam em média 4,5% do peso corporal, em comparação a 2% dos participantes que tomaram placebo.
Diferença entre os sexos
A equipe que analisou os três estudos constatou que, em um recorte de sexo, as mulheres apresentaram melhor respostas aos medicamentos do que os homens. Eles, por sua vez, tiveram resultados mais notáveis que elas seguindo uma dieta saudável e praticando exercícios.
De acordo com a pesquisadora Samantha Hocking, o aumento do efeito dos medicamentos que reduzem o apetite e aumentam a saciedade em mulheres pode ser causado por características específicas do metabolismo delas.
No entanto, os pesquisadores afirmam que mais pesquisas devem ser realizadas para comprovar os resultados apresentados, e afirmam que bons hábitos de vida devem ser seguidos por todas as pessoas.
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