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Mulheres pedem indenização de 30 milhões de euros da Bayer por Essure

Contraceptivo teve efeitos colaterais sérios e, em alguns casos, permanentes. Pedido foi feito antes de processo na justiça

atualizado

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Arte/Metrópoles
Essure implante contraceptivo
1 de 1 Essure implante contraceptivo - Foto: Arte/Metrópoles

Um grupo de 330 brasileiras está pedindo à farmacêutica multinacional Bayer uma indenização de 30 milhões de euros (cerca de R$ 184 milhões) pelos efeitos colaterais relacionados ao contraceptivo Essure. A carta enviada à sede da empresa na Alemanha é uma tentativa de acordo extrajudicial, antes que o caso seja levado à Justiça. A Bayer já fez acordos semelhantes nos Estados Unidos.

Segundo o escritório de advocacia PGMBM, responsável pelo caso, a empresa sabia dos defeitos graves relacionados ao dispositivo e o slogan “Se é Bayer, é bom” deu falsa sensação de segurança às pacientes, que dizem não terem sido informadas sobre os efeitos colaterais do contraceptivo.

Muitas delas apresentaram sintomas como ruptura, deslocamento e expulsão do dispositivo, perfuração interina, forte dor abdominal, sangramentos, reações alérgicas, náuseas, desmaios, gravidez ectópica e problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e pensamentos suicidas. Boa parte das pacientes precisou fazer uma cirurgia para retirar o contraceptivo e, em alguns casos, foi necessário remover completamente o útero.

“As evidências mostram que a Bayer estava ciente dos riscos de complicações graves, mas não informou a contento o público ou os profissionais de saúde que administravam o dispositivo. Quando a verdade veio à tona, a Bayer retirou o Essure do mercado, mas era tarde demais para as centenas de mulheres que representamos, que são apenas a ponta do iceberg das pessoas afetadas”, afirma Bruna Ficklscherer, advogada da PGMBM.

Em nota enviada ao Metrópoles, a Bayer diz que a prioridade da farmacêutica é a segurança e eficácia dos produtos, e que se solidariza com os pacientes que tiveram algum problema de saúde decorrente do uso.

“A empresa confia no conjunto de evidências científicas do Essure e pretende se defender no tribunal, caso haja ações judiciais. A Bayer defende a segurança e eficácia do Essure, demonstradas por um corpo robusto de estudos científicos. Esse conjunto de dados inclui os resultados de 10 ensaios clínicos e mais de 70 estudos observacionais acompanhando pacientes em situação de uso real, conduzidos pela empresa e pesquisadores independentes nos últimos 20 anos, envolvendo mais de 270 mil mulheres”, afirma a nota. “Mulheres com Essure podem continuar confiando nele para sua saúde reprodutiva e devem conversar com seus médicos se tiverem alguma dúvida ou preocupação.”

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