Mulher com coração artificial recebe rim de porco em cirurgia inédita
Paciente é a segunda a receber um transplante de rim de porco e a primeira que faz isso após a instalação de uma bomba cardíaca
atualizado
Compartilhar notícia
Uma mulher de 54 anos passou por uma cirurgia inédita e bastante complexa nos Estados Unidos. Lisa Pisano foi a segunda pessoa no mundo a receber um transplante de rim de porco e a primeira a passar pelo procedimento já tendo colocado uma bomba cardíaca no lugar do coração.
A paciente estava em estado terminal devido às insuficiências cardíaca e renal. As cirurgias foram realizadas pelos médicos do Langone Health, hospital da Universidade de Nova York. Ela recebeu o rim no dia 12 de abril, apenas oito dias depois de ter instalado a bomba cardíaca mecânica.
Antes, Lisa precisava passar por diálises rotineiras que ocupavam boa parte de sua semana e reduziam a expectativa de vida dela para “dias ou, no máximo, semanas”.
É a primeira vez que alguém com bomba cardíaca mecânica recebe um transplante de órgão. A técnica do transplante de órgãos de animais para humanos (xenotransplante) ainda é experimental, mas é encarada como uma grande esperança para reduzir as filas de espera de transplantes.
“É incrível considerar que as conquistas científicas que nos permitem salvar a vida de Lisa hoje não estavam disponíveis há pouquíssimo tempo, então este é um esforço de avanço da medicina que beneficia a todos”, afirmou o cirurgião Robert Montgomery, líder da cirurgia, em entrevista ao site do hospital.
Lisa já não era mais candidata ao transplante de coração e rim porque várias condições médicas crônicas reduziram significativamente a probabilidade de bons resultados.
A paciente tinha anticorpos que tornavam a busca de um rim humano altamente restritiva e poderia levar anos até achar alguém, mas havia um rim de porco editado geneticamente compatível disponível, o que permitiu a realização do procedimento.
Transplante de porco
O primeiro transplante de rim de porco para paciente vivo foi realizado em março, em um procedimento liderado por um médico brasileiro. As pesquisas nesta área vem ocorrendo desde 2021, mas os primeiros receptores eram pacientes que tinham tido morte cerebral. Outros órgãos de porco, como coração já foram transplantados em pacientes vivos, mas os voluntários não conseguiram viver muito depois do procedimento.
Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!