Mulher sofre AVC ao retirar tumor cerebral e face fica paralisada
Inglesa de 25 anos acreditava estar curada quando foi surpreendida com uma cirurgia de emergência que apresentou consequências
atualizado
Compartilhar notícia
Samantha Taylor, 25 anos, sofria de tonturas na adolescência, que muitas vezes a acordavam no meio da noite. Aos 18 anos, uma ressonância magnética revelou um pequeno tumor no cérebro da moça, mas os médicos decidiram não operar porque a massa não era cancerígena e os sintomas eram insignificantes.
Moradora de Londres, Samantha fazia exames a cada seis meses para monitorar o desenvolvimento do tumor. Foi então que, em 2014, quando os sintomas estavam moderados, os médicos reduziram as consultas para apenas uma por ano.
Quatro anos depois, justamente quando ela acreditou estar curada, a tontura voltou violentamente, com visão embaçada e terríveis dores de cabeça. Em junho deste ano, a diretora financeira foi submetida a uma cirurgia no cérebro para remover o tumor – que agora chegava a mais de 2,2 cm.
“Fiquei chocada, pois, apesar de terem me dito que poderia precisar de cirurgia um dia se ele crescesse, eu estava prestes a receber alta. Eu realmente não estava esperando essa notícia”, desabafou.
Essa não foi a única surpresa desagradável. De acordo com diagnóstico médico, durante a cirurgia, ela, provavelmente, sofreu um derrame que a deixou com paralisia facial no lado direito, fazendo com que passasse a ter dificuldade para comer e beber. E não foi só isso.
Parte do cérebro da mulher não recebeu nenhum suprimento sanguíneo durante a operação, causando um derrame no cerebelo. Talvez por isso, após o procedimento, Samantha também ficou temporariamente cega. Ela deve fazer uma varredura neste mês para confirmar isso.
Os pacientes submetidos à cirurgia cerebral são avisados antes do procedimento que existe um pequeno risco (aproximadamente 5% de chance) de sofrer um derrame. A paralisia facial ocorre durante um Acidente Vascular Cerebral (AVC), quando os nervos que controlam os músculos da face são danificados no cérebro.
A rapidez com que os nervos do rosto se recuperam é imprevisível. Alguns se recuperam em questão de dias, outros demoram meses e muitos nunca se recuperam totalmente.
“Fiquei realmente apreensiva com os riscos da cirurgia e se seria a mesma depois dela. Mas gostei muito do meu cirurgião e tinha total confiança nele, o que fez uma enorme diferença” contou Samantha ao Daily Mail.
“Depois da cirurgia, não consegui enxergar nada por alguns dias. Isso está muito melhor agora, pois só acontece quando olho para a esquerda e para a direita. Recebi óculos de prisma para ajudar na visão dupla, pois atualmente vejo dois de tudo”, relata.
Samantha precisou fazer muita fisioterapia nas semanas seguintes à operação. Parte do tratamento se baseava apenas em colocar uma chave na porta e carregar uma xícara de chá por uma curta distância com o braço direito. Até usar escada rolante foi difícil no começo, pois o movimento de subida causava sobrecarga cerebral. “Eu moro em Londres, praticamente em todas as estações de metrô têm escadas rolantes, era um obstáculo”, relembra.
Uma biópsia confirmou que a massa no cérebro da paciente era um astrocitoma pilocítico (tumor cerebral raro que surge na infância) e continuaria crescendo se passasse despercebido. A massa surge de células em forma de estrela no cérebro chamadas astrócitos, mas sua causa é desconhecida.
Samantha criou uma conta no Instagram para documentar sua jornada e inspirar outras pessoas que sofrem com tumores cerebrais.
“Quero que as pessoas estejam cientes da minha história e pressionem para não receber alta, mesmo se lhes disserem que têm um tumor de crescimento lento que ainda não mudou. Isso pode salvar suas vidas. Tive muita sorte que o meu tenha crescido nessa última verificação, mas, se não acontecesse, teria chegado a um ponto que me deixaria muito mal e teria sido muito mais arriscado de remover”, disse.
(Com informações do Daily Mail)