Empresária diz ter rejuvenescido 27 anos com terapia experimental
Mulher foi a única voluntária no teste da terapia para reverter o envelhecimento que só havia sido aplicada em ratos
atualizado
Compartilhar notícia
A empresária Elizabeth Parrish tem 52 anos em seus documentos, mas garante que seu DNA é de uma mulher de 25. Ela é fundadora da BioVida, uma startup especializada em terapias genéticas anti-envelhecimento, e foi voluntária em uma pesquisa que testou injeções experimentais que só tinham sido aplicadas em ratos.
Em entrevista ao jornal argentino La Nación, ela garante que o tratamento experimental deu certo. “Graças à terapia genética, hoje tenho 25 anos de idade biológica. O experimento atrasou meu relógio biológico em pelo menos 20 anos”, declara.
A empresária não conseguiu fazer parceria com nenhum laboratório nos Estados Unidos e, por isso, procurou uma centro na Colômbia para realizar o procedimento experimental, que foi conduzido como uma pesquisa científica. Os resultados foram publicados no Journal of Regenerative Biology and Medicine em abril de 2022.
Os telômetros e o envelhecimento
O critério usado pelos pesquisadores da Integrated Health Systems e BioVida para medir a idade biológica de Elizabeth é a situação de seus telômetros. Telômeros são conjuntos de DNA que se formam nas extremidades dos cromossomos, e a principal função deles é manter a integridade estrutural do cromossomo, como uma capa protetora — a estrutura é semelhante ao plástico que fica no final do cadarço, evitando que ele desfie.
À medida que as células humanas se multiplicam e são substituídas continuamente, o tamanho dos telômeros vai se reduzindo. Com o passar do tempo, eles vão ficando extremamente curtos.
Os resultados encontrados nos exames indicam que os telômetros de Elizabeth cresceram depois que ela fez o tratamento em duas etapas para rejuvenescer, e hoje são comparáveis aos de um indivíduo de 25 anos.
O tratamento para rejuvenescer
A terapia experimental aplicada na empresária envolve a injeção de genes editados, especialmente do conjunto hTERT. Este conjunto é um dos mais debilitados com o processo de envelhecimento e está relacionado à formação de tumores no corpo. A receita completa, porém, não foi revelada.
Elizabeth recebeu 100 injeções em seus tríceps, coxas, nádegas e rosto. Depois do tratamento, ela conta que passou mal por dois dias, mas diz ter se recuperado rapidamente. Os resultados esperados em ganho de massa muscular e em redução dos triglicérides, porém, não foram encontrados. Segundo o artigo publicado, os benefícios se limitam ao nível cromossômico e imunológico.
O futuro
Embora os resultados pareçam promissores, testes em humanos não podem ser realizados sem autorização prévia de um comitê de ética. Agora, a empresa de Elizabeth busca financiamento e autorização para reproduzir o processo em larga escala. O objetivo dela é criar uma terapia para rejuvenescer que seja acessível para a maioria da população.
“A chave da saúde é travar uma guerra contra a velhice: assim, podemos resolver também muitas doenças. A reversão do envelhecimento não é algo que nos será dado, precisamos ir atrás”, afirma.
Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
