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Mulher opera de endometriose profunda e fica grávida 4 meses depois

Poliana Trovão descobriu a endometriose profunda quando se planejava para engravidar. Meses após a cirurgia, ela estava grávida

atualizado

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Arquivo Pessoal
Poliana no dia da cirurgia, com touca e avental do centro cirúrgico
1 de 1 Poliana no dia da cirurgia, com touca e avental do centro cirúrgico - Foto: Arquivo Pessoal

Em 2021, Poliana Trovão, de 36 anos, planejava-se para realizar o sonho de ser mãe quando começou a sentir dores muito fortes na região abdominal e a ter sangramentos anormais. Preocupada com o que poderia ser, mas já desconfiada do diagnóstico de endometriose, a assessora parlamentar procurou uma ginecologista e realizou uma série de exames.

As avaliações a levaram a confirmar a suspeita de endometriose, problema que ocorre quando o endométrio (tecido que reveste a parte interna do útero) está fora do órgão. A condição pode atingir os ovários, a bexiga e o intestino, por exemplo, e a causa ainda é desconhecida.

“A minha ginecologista na época, dra. Paolinne, pediu uma ressonância e descobrimos que o meu endométrio estava fora do útero. Minha bexiga já estava espessa e anormal, então ela me encaminhou para o dr. Frederico, que é especialista em endometriose”, conta.

Em outubro de 2021, Poliana teve a primeira consulta com Frederico Correa, do Hospital Brasília (Rede Dasa). Ela expressou a angústia que sentia devido aos incômodos sofridos em decorrência da endometriose e a ansiedade por querer engravidar.

O diagnóstico

A assessora tinha endometriose profunda, quando o endométrio atinge outros órgãos além do útero. Ela tinha lesões de quatro centímetros na bexiga e o tecido já havia atingido o ligamento uterossacro, os ligamentos redondos do útero e provocado aderências pélvicas.

Para ela, a notícia foi muito desgastante emocionalmente, já que a condição suspendeu o projeto da maternidade.

“Para uma mulher que deseja ser mãe, a endometriose é um dano emocional, porque ela apresenta muitos riscos e incertezas. Então encontrar um médico que me deixou segura desde o início e não anulou meu sonho foi uma grande alegria”, diz.

O médico, doutor em endometriose, pediu mais exames e recomendou uma cirurgia para corrigir o problema e tornar o sonho da gestação possível.

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Poliana e Hudson são casado há nove anos e começaram a planejar  a gravidez em 2020
Poliana conta que estava confiante e alegre no dia da cirurgia de endometriose. "Eu estava em boas mãos".
Poliana e Hudson no nascimento da filha, Mariana, em 2022
Frederico Correa, que realizou a cirurgia de Poliana, é doutor em endometriose. Ele atende no Hospital Brasília, da rede Dasa
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Poliana descobriu que estava grávida quatro meses depois de realizar a cirurgia

Reprodução/Allan Rrod
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Poliana e Hudson são casado há nove anos e começaram a planejar a gravidez em 2020

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Poliana conta que estava confiante e alegre no dia da cirurgia de endometriose. "Eu estava em boas mãos".

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Poliana e Hudson no nascimento da filha, Mariana, em 2022

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Frederico Correa, que realizou a cirurgia de Poliana, é doutor em endometriose. Ele atende no Hospital Brasília, da rede Dasa

Hospital Brasília/Dasa

Cirurgia

Poliana foi submetida à operação para corrigir a endometriose em novembro de 2021, cerca de um mês após a primeira consulta com o especialista. Ela conta que estava muito tranquila e empolgada, pois confiava na equipe multidisciplinar que cuidou dos preparos e da cirurgia.

Para ela, o sucesso do procedimento foi um presente divino, já que não houve comprometimento resultante das lesões espalhadas nem complicações no pós-operatório.

“Tudo foi em oração e direcionado por Deus, que cuidou de tudo e me direcionou para a equipe do dr. Frederico. Eles foram anjos para mim. Minha ginecologista também me ajudou bastante na época, pedindo os exames necessários e me direcionando para um especialista de confiança”, afirma Poliana.

A cirurgia foi tão bem-sucedida que o doutor em endometriose já deu o aval para que a paciente voltasse a tentar a engravidar pouco depois. Ela conta que ficou surpresa quando recebeu a resposta de que poderia retomar o projeto de vida no fim de novembro.

Em março de 2022, Poliana descobriu que estava grávida. A pequena Mariana, primogênita dela e do marido, Hudson, nasceu em novembro.

“Se eu não tivesse descoberto que estava com endometriose e feito o tratamento correto, talvez não estivesse hoje a minha filha no colo”, diz.

Endometriose

O doutor Frederico explica que a endometriose é uma doença que envolve o endométrio, camada de tecido composto por glândulas e vasos sanguíneos que recobre a parte mais interna do útero. É o endométrio que se desprende da parede interna do útero para que ocorra a menstruação, saindo junto com o sangue.

Além disso, o endométrio é o local onde o embrião se fixa quando chega dentro do útero vindo das trompas onde houve a fecundação do óvulo.

“A doença acontece quando há aparecimento e crescimento de um tipo de tecido igual ao endométrio fora do lugar onde ele deveria estar. Então, esse endométrio que está fora do útero provoca todos os efeitos e sintomas relacionados à endometriose: uma doença que atinge 10% das mulheres entre os 15 e os 50 anos de idade”.

O especialista explica que, apesar de atingir cerca de 10% das mulheres, a endometriose ainda não tem uma causa clara. Existem várias teorias de épocas distintas que tentam esclarecê-la, mas nenhuma delas consegue explicar por completo o que causa esta intrigante doença.

Quando o caso é cirúrgico?

“Normalmente, a cirurgia é necessária em casos de endometriose profunda, que ocorre quando a doença invade demais órgãos do corpo, como bexiga, intestino, diafragma e outros. A doença pode atingir qualquer parte do corpo. A endometriose é considerada uma doença benigna, embora cause sofrimento às mulheres de várias formas”.

O procedimento geralmente é feito por laparoscopia, mas de acordo com o médico hoje existem tecnologias que possibilitam cirurgias robóticas para casos mais complexos ou quando há dificuldade de realizar a operação do modo usual.

Endometriose causa infertilidade?

De acordo com o especialista, cerca de 50% das mulheres com endometriose terão infertilidade. Esses casos podem ser tratados com a cirurgia, como foi o caso de Poliana, ou com fertilização in vitro.

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