Mulher com gripe desenvolve sepse e tem pés e braços amputados
Kristin Fox, de 42 anos, desenvolveu quadro de sepse provocado pelo vírus influenza, da gripe e, para sobreviver, teve os membros amputados
atualizado
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A americana Kristin Fox, de 42 anos, sofreu complicações de uma gripe, as quais foram tão severas que a paciente precisou ter os dois braços e as duas pernas amputados. Ela desenvolveu um raro caso de sepse resistente a partir da infecção pelo vírus influenza.
A sepse é uma infecção generalizada causada por agentes infecciosos como bactérias, fungos ou vírus e constitui uma resposta do corpo à presença de patógenos na corrente sanguínea. Idosos, crianças ou pacientes com alguma comorbidade são os mais vulneráveis a essas infecções.
Da gripe ao coma
Em 2020, a diretora escolar apresentou sintomas de uma gripe forte e procurou um médico, que confirmou a infecção pelo vírus influenza. Kristin recebeu uma receita com remédios para tratar o quadro em casa. Porém, duas semanas mais tarde, ela retornou ao hospital com um quadro pior, apresentando dificuldade para ficar em pé.
Foi quando os médicos identificaram que ela estava com sepse. Embora rara em adultos, a infecção generalizada pode ocorrer a partir de qualquer infecção, incluindo gripe, dengue, malária ou até mesmo Covid-19. O paciente pode gerar coágulos sanguíneos que impedem a irrigação das extremidades e, sem fluxo de sangue, o tecido dos membros morre, e é preciso fazer a amputação.
No caso de Kristin, o influenza levou a infecções tão graves que ela precisou ser colocada em coma induzido. Como o quadro era severo, os médicos precisaram amputar os braços e pernas da americana; a decisão de retirar os membros é tomada em casos de sepse grave para impedir que os tecidos mortos acumulados nessas regiões agravem a infecção.
Kristin só foi acordada do coma uma semana depois, já com os membros amputados. Em suas redes sociais, ela diz se sentir grata por ter sobrevivido e que pensa em seus filhos sempre que sente vontade de reclamar.
Um ano após a cirurgia, ela retornou ao trabalho. Ela usa próteses nas pernas e também possui próteses adaptáveis para os braços; esse equipamento lhe permite escovar os dentes e comer sozinha.
“Deus me colocou nessa jornada por um motivo e cada vez que experimento algo diferente, sei porque sigo aqui. Embora nunca saibamos o que o futuro nos reserva, tenho certeza de que estou em meu caminho e aproveito tudo o que a vida tem a me oferecer”, escreveu em depoimento publicado em sua página no Facebook.
Os sinais da sepse
Os sinais e sintomas da sepse variam de acordo com a causa e a gravidade da infecção. Em geral, eles incluem febre acima de 38°C, respiração acelerada, diminuição da pressão arterial, desmaios, confusão mental e diminuição da quantidade de urina.
Segundo o Instituto Latino-americano de Sepse (Ilas), 16,5% das mortes no Brasil estão relacionadas a quadros da doença e representam aproximadamente 250 mil casos ao ano. Dados do Ilas estimam ainda que cerca de 30% das UTIs brasileiras são ocupadas por pessoas com quadros de septicemia por dia.
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