Mulher descobre autismo aos 40 anos graças a post no Facebook
Jane McNeice conta que descobriu que tinha autismo ao ver publicação em rede social, depois disso os filhos dela também foram diagnosticados
atualizado
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A escritora Jane Mcneice, que mora em Doncaster, na Inglaterra, descobriu, aos 47 anos, que tinha autismo ao passar por uma publicação no Facebook. O post continha imagens coloridas que descreviam comportamentos de “meninas com autismo”.
A lista apontava características como: conversar consigo na própria mente, sentir que não há lugar no mundo para si, ansiedade, perfeccionismo, desconfiança e comportar-se como os demais apenas para se encaixar.
O caso ocorreu em 2021. “Eu me reconheci imediatamente. Chorei muito. Mas foi como se aquilo tivesse iluminado toda a minha vida e, a partir daí , as coisas começaram a fazer sentido”, conta Jane para o site Daily Mail.
Durante décadas, Jane passou por problemas de interação, baixa autoestima, ansiedade, depressão e pensamentos suicidas. Ela diz que sempre se sentiu como uma peça quadrada dentro de um buraco em formato de círculo.
Na ocasião em que descobriu ter o transtorno do espectro autista, Jane estava tentando ajudar seu filho Oliver, de 10 anos, que sofria com acessos de raiva, chorava e gritava muito. Além de iluminar a própria vida e a do filho, ela conta que a publicação também serviu para sua filha Laura, de 27 anos, que desde cedo apresentava problemas emocionais.
Diagnóstico tardio
Nos sete meses seguintes, Jane e os filhos, Oliver e Laura, foram oficialmente diagnosticados com o transtorno do espectro autista. O distúrbio é caracterizado pela dificuldade de interagir e comunicar-se conforme os padrões estabelecidos na sociedade.
Jane diz que os diagnósticos fizeram uma diferença significativa na vida da família. “Entender quem somos melhorou nosso senso de identidade, nossa saúde mental, autoestima e resiliência”, afirma.
A incidência do diagnóstico é maior em homens do que em mulheres, uma vez que as mulheres são ensinadas a adotar o comportamento padrão da maioria das garotas para, então, se encaixarem, o que as faz reprimir a característica de se isolar.
Os meninos, por sua vez, tendem apresentar os sintomas de maior evidência como comportamentos repetitivos, rituais e movimentos incomuns. Eles, geralmente, expressam como estão se sentindo e exteriorizam as emoções. As meninas, por outro lado, guardam para si e disfarçam.
A psicóloga clínica Rachel Hiller, pesquisadora da Universidade de Bath, na Inglaterra, liderou dois estudos, publicados em 2014 e 2015, os quais constataram que meninos e meninas com autismo se comportam de maneira diferente desde os anos pré-escolares. Elas eram mais propensas a imitar os outros para se encaixar e eram obcecadas por amizades. Eles eram mais propensos a se isolar socialmente.
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