Mudanças hormonais durante o puerpério afetam vida sexual da mulher
O aumento da prolactina, por conta da amamentação, pode levar à baixa libido e ao ressecamento da vagina
atualizado
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O puerpério, também conhecido como resguardo ou quarentena, é o período após o nascimento do bebê no qual o corpo da mulher ainda está se readaptando. No decorrer dessa etapa, é aconselhável que a mulher evite manter relações sexuais, devido ao fato de o organismo ter passado por um desgaste físico muito grande com a gestação e o parto. A indicação é de que essa recuperação dure cerca de seis semanas.
Nessa fase, os hormônios ainda estão voltando ao normal. Durante a amamentação, há maior produção de prolactina, que é responsável pela fabricação do leite materno. Fora do período de amamentação, a concentração dessa substância no organismo feminino é muito baixa. No entanto, quando em grande quantidade, esse hormônio inibe a ovulação e, consequentemente, a produção dos hormônios estrogênio e progesterona.
Isso gera consequências, sobretudo em relação à vida sexual da mulher, pois o estrogênio é o principal responsável pela lubrificação vaginal. Sendo assim, elas sentem o órgão genital mais seco, o que dificulta as relações sexuais. “Há bloqueio dos hormônios sexuais e, consequentemente, menor interesse pelo ato, agravado pelo cansaço referentes às adaptações exigidas pela nova rotina. Existe ainda um fator emocional para elas”, explica Cybelle Bertoldo, ginecologista obstetra do Centro de Medicina Fetal (Cemefe). Recomenda-se que o assunto seja conversado com o parceiro.
Uma pesquisa britânica publicada em 2018 apontou que cerca de 47% das mulheres e 43% dos homens acham que os relacionamentos íntimos pioraram após o nascimento dos filhos. De acordo com o estudo, o desejo sexual diminui em 61% das mulheres e em 30% dos homens.