Mudanças climáticas podem agravar doenças cerebrais, diz estudo
Alterações no clima estão ligadas à piora de doenças cerebrais, como AVC e Alzheimer, indica estudo feito por neurologistas ingleses
atualizado
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As mudanças climáticas poderão piorar os sintomas de várias doenças cerebrais, aponta uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet nessa quinta-feira (16/5).
Segundo a análise dos neurologistas da University College London, nos próximos anos, condições como acidentes vasculares cerebrais (AVCs), epilepsia, esclerose múltipla, esquizofrenia, Alzheimer e Parkinson se tornarão mais frequentes e sintomáticas.
A afirmação é fruto de uma análise de 332 artigos publicados entre 1968 e 2023. Os cientistas tentam entender como condições climáticas de temperatura e umidade podem se relacionar ao desenvolvimento de doenças do cérebro.
O principal autor do estudo, o pesquisador Sanjay Sisodiya, explica que o cérebro é treinado para responder ao clima, estimulando o suor, por exemplo. As mudanças podem facilitar o desenvolvimento de condições inflamatórias no órgão quando ele tenta equilibrar uma temperatura que está desequilibrada fora do corpo.
“As ondas de calor podem fazer com que as conexões cerebrais defeituosas funcionem pior, intensificando sintomas de epilepsia e esclerose múltipla, por exemplo. E temperaturas mais altas podem tornar o sangue mais espesso, causando mais derrames”, diz o médico em artigo publicado no site de divulgação científica The Conversation.
Segundo ele, na onda de calor europeia de 2003, cerca de 20% das mortes foram de pessoas com problemas neurológicos. Indivíduos com condições prévias, especialmente demências, também têm respostas mais lentas a momentos de urgência, como inundações e deslizamentos.
Mudanças climáticas podem trazer até novas doenças
Os autores do estudo observaram, ainda, que à medida que os eventos climáticos adversos aumentam em gravidade e frequência, as populações serão mais expostas a condições de saúde que não foram sequer previstas. Também existe o risco de surgimento eventual de novas condições.
“A menos que comecemos a abordar as alterações climáticas como parte dos cuidados neurológicos, enfrentaremos muitas perdas. Para continuarmos a viver a vida que desejamos, deveríamos agir contra as alterações climáticas”, conclui Sisodiya.
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