Mpox: por que doença pode voltar a ser emergência mundial
Membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) se reúnem nesta quarta-feira para discutir o risco potencial da mpox
atualizado
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A alta de casos de mpox em alguns países do continente africano voltou a ser motivo de preocupação e levou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, a convocar uma reunião com o comitê de emergência da entidade para esta quarta-feira (14/8).
“À luz do surto em expansão na África Oriental e Central, e do potencial de maior disseminação internacional dentro e fora da África, convoquei este comitê de emergência sob o Regulamento Sanitário Internacional para me aconselhar sobre se o surto representa uma emergência de saúde pública de interesse internacional”, afirmou Ghebreyesus, na abertura da reunião.
Caso os especialistas considerem que a situação atual representa uma emergência de saúde pública de interesse internacional, novas recomendações serão emitidas de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional.
A mpox é uma doença causada pelo vírus monkeypox, que pertence ao mesmo grupo de vírus da varíola. Ela é transmitido pelo contato próximo e, na última onda, o contágio foi fortemente associado a relações sexuais.
Os primeiros sintomas da doença são febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas. Em seguida, aparecem inchaço nos linfonodos e bolinhas pelo corpo, principalmente no rosto, mãos e pés. A doença evolui para a formação de crostas na pele.
Aumento de casos na África
Neste ano, a República Democrática do Congo já registrou de 14 mil casos e 524 mortes pela mpox. O país é o atual epicentro da doença, que tem se espalhado para as nações vizinhas.
Nessa terça-feira (13/8), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África (CDC África) declarou a situação da mpox na região como uma emergência em saúde pública de segurança continental.
A maior preocupação é que a epidemia esteja ligada à propagação de uma nova cepa do vírus. A variante que provocou a emergência de saúde mundial em 2022 era diferente da versão que está circulando na República do Congo.
Em 15 de abril, cientistas que atuaram no país publicaram uma pesquisa na plataforma medRxiv, que divulga estudos ainda sem revisão de pares, informando que a nova cepa do vírus tem “potencial pandêmico”.
Batizada de Clade Ib, a nova variante seria capaz de provocar infecções mais virulentas e mortais, com taxas de letalidade que chegam a 10%. Além disso, modificações na estrutura do vírus, estariam fazendo com que ele escapasse dos testes de diagnóstico tradicionais.
Dois anos desde a última emergência global
A mpox foi declarada como uma emergência pública mundial em julho de 2022, após o vírus se espalhar rapidamente e provocar uma escalada de casos.
Em maio de 2023, após o declínio significativo do número de pessoas infectadas, a OMS anunciou que a doença não representava mais uma emergência global.
Mpox no Brasil
O Brasil tem uma média de 40 a 50 novos casos de mpox ao mês, segundo dados do Ministério da Saúde. Ao todo, foram registrados 709 casos e 16 mortes pela doença neste ano.
O número é considerado pela pasta como “bastante modesto, embora não desprezível”, segundo informou o diretor do Departamento de HIV, Aids, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Draurio Barreira, nesta terça-feira (13/8).
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