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Nova cepa de mpox pode estar mudando rapidamente, alertam cientistas

Cientistas temem que a falta de investimento no rastreio do vírus da mpox no continente africano limite o conhecimento sobre a nova variante

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1 de 1 imagem de tubos de ensaio sinalizando resultado positivo para varíola dos macacos - Metrópoles - mpox - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Cientistas que estudam a nova variante da mpox, responsável pelo novo surto da doença que acontece na África, acreditam que o vírus está mudando mais rápido do que se esperava.

O Clado 1b foi registrado pela primeira vez na República Democrática do Congo e vem se espalhando pelos países vizinhos. Há também registros de um caso na Suécia e outro na Tailândia — os pacientes têm histórico de viagens à região.

Pesquisadores da África, Europa e Estados Unidos ouvidos pela agência de notícias Reuters alertam que, sem o rastreio correto do vírus devido à falta de financiamento em algumas áreas afetadas, torna-se ainda mais difícil acompanhar a evolução do patógeno.

“Preocupo-me que na África estejamos trabalhando cegamente”, disse o presidente do comitê de emergência da mpox da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dimie Ogoina. Ele é especialista em doenças infecciosas do Hospital Universitário do Delta do Níger, na Nigéria.

Ogoina alerta que o vírus parece estar sofrendo mutação e produzindo novas cepas. “Não entendemos muito bem esse surto, e assim teremos dificuldade em abordar o problema em termos de dinâmica de transmissão, gravidade da doença e fatores de risco”, considera o especialista.

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Concebida para agir contra a varíola humana, erradicada na década de 1980, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação pela varíola dos macacos, por serem doenças muito parecidas
Tanto o vírus causador da varíola humana quanto o causador da varíola dos macacos fazem parte da família "ortopoxvírus". A vacina, portanto, utiliza um terceiro vírus desta família, que, além de ser geneticamente próximo aos supracitados, é inofensivo aos humanos e ajuda a combater as doenças, o vírus vaccinia
Homens que fazem sexo com outros homens e as pessoas que tiveram contato próximo com um paciente infectado foram consideradas prioritárias para o recebimento das doses
Atualmente, existem duas vacinas em uso contra a varíola dos macacos no mundo: a Jynneos, fabricada pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e a ACAM2000, fabricada pela francesa Sanofi
A Jynneos é administrado como duas injeções subcutâneas (0,5 mL) com 28 dias de intervalo. A resposta imune leva 14 dias após a segunda dose
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A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), agência internacional dedicada a melhorar as condições de saúde dos países das Américas, destinou lotes de doses da vacina contra a varíola dos macacos a diversas nações, incluindo o Brasil. Segundo especialistas, o esquema vacinal dos imunizantes é de duas doses com intervalo de cerca de 30 dias entre elas

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Concebida para agir contra a varíola humana, erradicada na década de 1980, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação pela varíola dos macacos, por serem doenças muito parecidas

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Tanto o vírus causador da varíola humana quanto o causador da varíola dos macacos fazem parte da família "ortopoxvírus". A vacina, portanto, utiliza um terceiro vírus desta família, que, além de ser geneticamente próximo aos supracitados, é inofensivo aos humanos e ajuda a combater as doenças, o vírus vaccinia

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Homens que fazem sexo com outros homens e as pessoas que tiveram contato próximo com um paciente infectado foram consideradas prioritárias para o recebimento das doses

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Atualmente, existem duas vacinas em uso contra a varíola dos macacos no mundo: a Jynneos, fabricada pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e a ACAM2000, fabricada pela francesa Sanofi

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A Jynneos é administrado como duas injeções subcutâneas (0,5 mL) com 28 dias de intervalo. A resposta imune leva 14 dias após a segunda dose

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A ACAM2000 é administrado como uma dose percutânea por meio de técnica de punção múltipla com agulha bifurcada. A resposta imune leva 4 semanas

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A vacinação contra a mpox é uma estratégia indicada tanto para a prevenção e defesa quanto para ensinar o corpo a combater o vírus antes de uma infecção

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Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem

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A transmissão do vírus ocorre, principalmente, por meio do contato com secreções respiratórias, lesões de pele das pessoas infectadas ou objetos que tenham sido usados pelos pacientes. Até aqui, não há confirmação de que ocorra transmissão via sexual, mas a hipótese está sendo levantada pelos cientistas

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O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias

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O Clado 1b é uma linhagem do Clado 1. Ogoina lembra que, enquanto o Clado 2 demorou cinco anos para evoluir o suficiente para ter uma disseminação sustentada entre os humanos e sair da Nigéria – causando o surto global de 2022 – , o Clado 1b conseguiu o mesmo feito em menos de um ano.

Dados da OMS mostram que a República Democrática do Congo registrou cerca de 18 mil casos de mpox e 615 mortes relacionadas ao Clado 1 ou Clado 1b apenas em 2024.

Transmissão do vírus mpox

A virologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Clarissa Damaso, especialista em poxvírus, pondera que os cenários em que as duas variantes surgiram são bastante diferentes.

As notificações do vírus em diferentes regiões não significam necessariamente que ele esteja se tornando mais transmissível. Ela explica que o comportamento da população está mudando, com maior circulação de pessoas, levando o vírus para diferentes localidades.

Há ainda o fato de que, quando o Clado 2 ganhou visibilidade pela primeira vez, em 2017, pouco se sabia globalmente sobre a mpox e muitos casos podem ter sido diagnosticados erroneamente.

“Existe uma falta de informação muito grande entre 2017 e 2022, quando o vírus se espalhou mundialmente. Tivemos a pandemia da Covid-19 nesse intervalo. Não sabemos se o vírus se espalhou de maneira silenciosa”, considera Damaso em entrevista ao Metrópoles.

“Passamos por um período onde ninguém desconfiava sobre a mpox fora da África. Hoje, qualquer médico do mundo, apresentado a uma lesão postular com a característica do centro mais abaixado, já desconfia de mpox”, explica a virologista.

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