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Mpox: antiviral não melhora sintomas de infecções pela nova variante

Estudo realizado nos EUA mostrou que o antiviral tecovirimat não reduziu a duração dos sintomas de mpox provocada pela nova variante

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1 de 1 mpox - Foto: Freepik

Dados de um estudo patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) mostram que o antiviral tecovirimat não é eficaz para reduzir o tempo de duração das lesões de pele que aparecem em crianças e adultos infectados com a nova variante da mpox. O remédio era bastante usado no protocolo de tratamento da doença.

Os resultados preliminares do estudo foram publicados na última quinta-feira (15/8) pelo NIH. O tecovirimat foi desenvolvido originalmente para tratar a varíola, doença causada por um ortopoxvírus da mesma família do mpoxvírus.

ado.

A nova variante do vírus, chamada de Clado 1, tem se espalhado pela África no surto atual. Acredita-se que ela seja mais letal do que a Clado 2, que causou o surto mundial de mpox em 2022. A disseminação da Clado 1 na República Democrática do Congo e em outros países vizinhos levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência de saúde pública de interesse internacional na última quarta-feira (14/8).

“Essas descobertas são decepcionantes, mas nos dão informações essenciais e reforçam a necessidade de identificar outros candidatos terapêuticos para mpox enquanto continuamos a pesquisa sobre o uso de tecovirimat em outras populações com mpox”, considera a diretora do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), Jeanne Marrazzo, em comunicado à imprensa.

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Concebida para agir contra a varíola humana, erradicada na década de 1980, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação pela varíola dos macacos, por serem doenças muito parecidas
Tanto o vírus causador da varíola humana quanto o causador da varíola dos macacos fazem parte da família "ortopoxvírus". A vacina, portanto, utiliza um terceiro vírus desta família, que, além de ser geneticamente próximo aos supracitados, é inofensivo aos humanos e ajuda a combater as doenças, o vírus vaccinia
Homens que fazem sexo com outros homens e as pessoas que tiveram contato próximo com um paciente infectado foram consideradas prioritárias para o recebimento das doses
Atualmente, existem duas vacinas em uso contra a varíola dos macacos no mundo: a Jynneos, fabricada pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e a ACAM2000, fabricada pela francesa Sanofi
A Jynneos é administrado como duas injeções subcutâneas (0,5 mL) com 28 dias de intervalo. A resposta imune leva 14 dias após a segunda dose
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A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), agência internacional dedicada a melhorar as condições de saúde dos países das Américas, destinou lotes de doses da vacina contra a varíola dos macacos a diversas nações, incluindo o Brasil. Segundo especialistas, o esquema vacinal dos imunizantes é de duas doses com intervalo de cerca de 30 dias entre elas

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Concebida para agir contra a varíola humana, erradicada na década de 1980, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação pela varíola dos macacos, por serem doenças muito parecidas

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Tanto o vírus causador da varíola humana quanto o causador da varíola dos macacos fazem parte da família "ortopoxvírus". A vacina, portanto, utiliza um terceiro vírus desta família, que, além de ser geneticamente próximo aos supracitados, é inofensivo aos humanos e ajuda a combater as doenças, o vírus vaccinia

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Homens que fazem sexo com outros homens e as pessoas que tiveram contato próximo com um paciente infectado foram consideradas prioritárias para o recebimento das doses

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Atualmente, existem duas vacinas em uso contra a varíola dos macacos no mundo: a Jynneos, fabricada pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e a ACAM2000, fabricada pela francesa Sanofi

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A Jynneos é administrado como duas injeções subcutâneas (0,5 mL) com 28 dias de intervalo. A resposta imune leva 14 dias após a segunda dose

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A ACAM2000 é administrado como uma dose percutânea por meio de técnica de punção múltipla com agulha bifurcada. A resposta imune leva 4 semanas

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A vacinação contra a mpox é uma estratégia indicada tanto para a prevenção e defesa quanto para ensinar o corpo a combater o vírus antes de uma infecção

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Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem

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A transmissão do vírus ocorre, principalmente, por meio do contato com secreções respiratórias, lesões de pele das pessoas infectadas ou objetos que tenham sido usados pelos pacientes. Até aqui, não há confirmação de que ocorra transmissão via sexual, mas a hipótese está sendo levantada pelos cientistas

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O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias

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 Estudo com antiviral para mpox

O estudo sobre a eficácia do tecovirimat começou em outubro de 2023 e contou com a participação de 597 pessoas de duas regiões da República do Congo. Todas elas tinham mpox confirmada em laboratório.

Os pacientes foram separados aleatoriamente em dois grupos para receber o tecovirimat ou pílulas de placebo por pelo menos 14 dias, enquanto estavam internados em um hospital. Nesse período, eles foram monitorados de perto quanto à segurança do tratamento e a resolução das lesões de mpox.

O resultado mostrou que o antiviral não reduziu a duração dos sintomas de mpox em comparação com o placebo.

Contudo, os pesquisadores notaram que os cuidados durante a internação diminuíram significativamente a mortalidade geral dos pacientes, independentemente de terem recebido o medicamento ou não. A taxa de óbitos foi de 1,7% entre os internados, enquanto a taxa geral de mortalidade na República do Congo é de 3,6%.

“Embora não seja o que esperávamos, os resultados mostram que os clínicos do estudo forneceram cuidados de suporte excepcionais a todos os participantes, o que é uma prova do conhecimento e da habilidade que os clínicos congoleses adquiriram no gerenciamento de doenças relacionadas à mpox”, disse pesquisador Jean-Jacques Muyembe-Tamfum, diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica (INRB) e professor de microbiologia na Escola Médica da Universidade de Kinshasa.

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